29/01/2015
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, disse ontem que 2015 deve ser mais um ano com recuo no faturamento para o setor. “Somos obrigados a ser pessimistas, vai haver uma nova queda de faturamento em 2015 e será a 4ª seguida”, disse, em coletiva de imprensa para comentar os resultados de 2014. Pastoriza preferiu não fazer estimativas para o volume faturado este ano.
A indústria de máquinas e equipamentos fechou 2014 com faturamento bruto real de R$71,19 bilhões, queda de 13,7% ante 2013. De acordo com a entidade, no período de 2012-2014, o setor já acumula queda superior a 20% no faturamento.
O executivo criticou as medidas de ajuste econômicos feitas pela nova equipe da presidente Dilma Rousseff e afirmou que o governo está optando pelo lado “mais fácil”, que é o de aumentar impostos.“Onde estão as reformas que já discutimos há muito tempo, que enxuguem os custos sem afetar a competitividade?”, questionou.
Segundo ele, além do “pacote de maldades” que o governo está adotando, é preciso paralelamente adotar um “pacote de bondades” que devolva a competitividade ao País. Pastoriza destacou,entretanto,que é preciso que as medidas sejam estruturantes. “De pacote a base de medidas pontuais e paliativas nós já estamos cansados.”
O presidente da Abimaq disse que o setor chegou a agradecer medidas como o Reintegra e a desoneração da folha de pagamento, mas que elas são pontuais e “não chegam a uma pequena fração do custo que temos de enfrentar”.
Ele foi cético em relação à possibilidade de um pacote de apoio às exportações, que a presidente Dilma e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, pretendem anunciar. “O único pacote que o Brasil precisa hoje para ser eficaz é um pacote que diminuísse o custo Brasil”, afirmou.
Pastoriza disse já ter tido uma reunião com o ministro de Planejamento, Nelson Barbosa. “Temos uma boa relação como Barbosa,mas claramente ele não nos deu esperanças de conseguirmos coisas no curto prazo”, afirmou.
Fonte:Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores