23/01/2015
Após defender maior rigor para a concessão da pensão por morte, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, classificou o seguro-desemprego como "completamente ultrapassado". Em entrevista ao jornal britânico Financial Times durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Levy utilizou o benefício como exemplo para defender a necessidade de cortes e reformas em diversas áreas. Entretanto, ele fez questão de reforçar que o Bolsa Família não será atingido.
"O mundo está mudando e é hora do Brasil mudar", afirmou, acrescentando que as políticas anti-cíclicas têm limite, "especiamente quando você vê que as duas maiores economias do mundo (EUA e China) estão também mudando sua postura". Para Levy, o País precisa de reformas estruturais mais do que de estímulos: "Assim que pusermos a casa em ordem, a reação será posistiva", defendeu. Em março, novas regras para a obtenção do seguro-desemprego passam a valer e podem restringir o acesso de mais de 2 milhões de trabalhadores, segundo cálculo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O jornal ainda destaca que há dúvidas se o ministro da Fazenda receberá apoio inequívoco da presidente Dilma Rousseff, conhecida por seu perfil intervencionista. Levy rebateu a afirmação: "a presidente Dilma é uma pessoa muito decidida e entende as escolhas. Ele acrescentou que "não está sozinho no governo."
Zona do Euro. O movimento do Banco Central Europeu (BCE) para iniciar um programa de relaxamento quantitativo pode estimular o investimento no Brasil e aumentar a demanda por exportações brasileiras, afirmou Levy em entrevista à Dow Jones Newswires.
Levy minimizou qualquer impacto da recente desaceleração do crescimento na China. "O que está acontecendo na China era perfeitamente esperado", disse. Segundo o ministro, o crescimento do Brasil será "quase estável" em 2015, em meio a uma série de aumentos de impostos e cortes de gastos no País, bem como em razão da expansão global mais lenta. "Nós temos de lidar com questões de curto prazo sobre investimento", disse Levy. "Há várias coisas que precisam ser feitas no Brasil."
Energia. Um blecaute no Brasil na segunda-feira, 19, levantou receios de que o País esteja sob risco de um racionamento de eletricidade enquanto lida com uma seca severa. Levy afirmou que ficará mais claro em um mês se haverá necessidade de um racionamento de eletricidade, depois do pico do verão.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores