23/01/2015
A crise de abastecimento de energia só não é pior em razão de outra crise: a da indústria, cuja produção acumula queda de 3,2% de janeiro a novembro de 2014, pior desempenho para o período desde 2009, ano da forte turbulência global.
De janeiro a novembro, o consumo industrial de energia caiu 3,4%. Já o residencial subiu 3,4%.
Na média, a expansão ficou em 2,4% no período, segundo a estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
"Se a indústria estivesse bem, seria uma catástrofe. Já teríamos, sem dúvida, um racionamento", afirma Luiz Pinguelli, diretor da Coppe/UFRJ.
Nivalde de Castro, diretor do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ), compartilha da mesma opinião: "Se a indústria estivesse a pleno vapor, estaria faltando energia no país".
A indústria utiliza a maior fatia da energia produzida no país, embora seu peso venha caindo ano a ano, principalmente após a crise de 2009 --da qual o setor, dizem especialistas, nunca se recuperou por completo.
Em 2008, a indústria demandava 45% da energia. O percentual recuou para 38% em 2014 (até novembro).
Já a participação do consumo residencial subiu de 24% para 28% de 2008 a 2014. O uso comercial (que inclui, entre outros, restaurantes, bares, hotéis, academia e salões de beleza) também ganhou espaço. Seu peso passou de 16% para 19%.
Parte do aumento do consumo dos lares - e também do segmento comercial-- deve-se à utilização maior de ar-condicionado e outros eletrodomésticos, segundo especialistas. No caso das famílias, a expansão da renda permitiu o maior acesso a esses bens.
Fonte:Folha de S.Paulo
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