21/01/2015
O número de executivos brasileiros otimistas com a perspectiva de ver suas receitas crescerem no futuro imediato caiu ano a ano, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, e chega agora a seu patamar mais baixo: só 30% se dizem otimistas contra 42% no ano passado.
É a história que conta a 18ª Pesquisa Global da PricewaterhouseCoopers, que entrevistou 1.322 executivos de 77 países, divulgada sempre na véspera da inauguração do encontro anual do Fórum Econômico Mundial, o que acontecerá nesta quarta, 20.
Funciona como uma espécie de termômetro do ânimo dos empresários, que são a clientela principal do Fórum.
Para o Brasil, as más notícias não se limitam ao baixo número de brasileiros otimistas. Seus colegas do mundo inteiro tampouco andam muito animados com o estado da economia global –e a economia mundial é sempre apontada, por Dilma, como um fator importante para o baixo crescimento do Brasil.
De fato, só 39% confiam em aumentar a receita no futuro imediato e menos ainda (37%) esperam mais crescimento da economia global.
A pesquisa foi feita no último trimestre de 2014, mas Klaus Schwab, presidente executivo e criador do Fórum Econômico Mundial, confirma que o ânimo dos executivos neste início de ano não é dos melhores: "No ano passado, parecia que a crise estava ficando para trás, mas, neste ano, as pessoas estão muito mais preocupadas".
Se os executivos acham que as perspectivas não são boas, naturalmente puxarão o freio de mão, com o que o mundo pouco ajudará no crescimento brasileiro.
Além disso, os executivos mais pessimistas estão entre os parceiros do Brasil no Mercosul: só 22% dos venezuelanos e 17% dos argentinos esperam receitas maiores no futuro imediato. Pior que eles, só os russos (16% de otimistas), também parceiros do Brasil, mas nos Brics (com Índia, China e África do Sul).
A propósito dos Brics, que deveriam ser as potências mundiais em 2020, os executivos ouvidos pela PwC jogam esse futuro mais adiante: "Fazer negócios nos Brics continua um desafio, na medida em que tais nações enfrentam uma mescla de complexos temas políticos e estruturais".
Só a longo prazo, os executivos enxergam oportunidades, o que faz com que mantenham a vista no grupo.
O pessimismo dos executivos é certamente o motivo principal para que Dilma tenha decidido, na última hora, enviar seu novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para o encontro de Davos.
Ao presidente do Fórum, Klaus Schwab, Dilma disse que preferia voltar a Davos no ano que vem, depois de sua participação em 2014.
Levy terá três chances de convencer a clientela de Davos de que as coisas vão mudar no Brasil: participa de um almoço, sexta, sobre as perspectivas para a América Latina; fala ao "Business Council" do Fórum, em sessão fechada; e participa, no sábado, de uma sessão sobre "Panorama Econômico Global".
Fonte:Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores