15/01/2015
A economia brasileira entrou definitivamente em estagnação em novembro e deve ter encerrado 2014 quase parada, segundo o Monitor do PIB, estudo de estimativas sobre a atividade econômica feita pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
O indicador, que faz um acompanhamento mensal na tentativa de antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta irrelevante em novembro (0,02%) em relação a outubro e ficou com crescimento zero no acumulado em 12 meses até novembro, conforme relatório divulgado com exclusividade ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.
"A economia está definitivamente estagnada", afirmou o coordenador do Monitor do PIB, Claudio Considera, pesquisador associado do Ibre/FGV e ex-coordenador de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A desaceleração do crescimento econômico, de ritmo fraco para zero, deu-se ao longo de 2014. Até março do ano passado, o indicador apontava crescimento acima de 2,0% para o PIB, no acumulado em 12 meses. A partir de agosto, a alta em 12 meses mudou de patamar, sempre abaixo de 1%, até chegar finalmente a zero em novembro.
Serviços.
Segundo Considera, por trás da desaceleração da economia está a perda de fôlego do setor de serviços. Durante algum tempo, o crescimento dos serviços compensou o mau desempenho da indústria, mas esse movimento parece estar se esgotando. De março a outubro, a alta do indicador da FGV no acumulado de 12 meses foi caindo de 2,2% para 1%. Em novembro, ficou em 0,8%.
"Os serviços são a maior parcela da economia, mas eles funcionam servindo às atividades da economia produtiva. Além disso, tem uma parte que é consumo das famílias. Enquanto os salários cresciam bem, a despeito da atividade fraca, o comércio vinha crescendo. Agora, os salários estão crescendo menor", resumiu Considera.
Na comparação de novembro com outubro, o Monitor do PIB apontou queda de 0,27% no PIB de serviços e de 0,14% no PIB da indústria. Apenas a agropecuária registrou alta, com 1,24%.
O Ibre/FGV trabalha desde o início de 2013 no projeto Monitor do PIB, indicador que procura antecipar, mês a mês, os movimentos do PIB, seguindo a mesma metodologia e buscando as mesmas fontes de informação empregadas pelo IBGE.
O IBC-Br, calculado pelo Banco Central (BC) e cujo dado de novembro será divulgado nesta quinta-feira, tem função semelhante.
Fonte:Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores