06/01/2015
Funcionários da Volkswagen de São Bernardo, no ABC Paulista, decidiram em assembleia realizada nesta terça-feira (6) iniciar uma paralisação contra as 800 demissões anunciadas na Unidade Anchieta.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a estratégia é entrar na fábrica, mas permanecer parado, sem trabalhar.
A montadora confirmou nesta terça, em nota, as demissões. De acordo com a empresa, "visando estabelecer condições para um futuro sólido e sustentável para a Unidade Anchieta, tendo como base o cenário de mercado e os desafios de competitividade, a Volkswagen do Brasil anuncia que haverá o desligamento de 800 empregados em sua fábrica no ABC Paulista, após período de licença remunerada de 30 dias".
Na segunda-feira, já havia rumores sobre as demissões após o sindicato afirmar que funcionários receberam uma carta orientado-os a procurar o setor de RH (Recursos Humanos) nesta terça, quando voltavam de férias coletivas.
Na assembleia, os trabalhadores foram instruídos pelo sindicato a não procurar o RH, como orientados na carta, e a participar da greve interna juntamente com os demais funcionários.
A entidade fará nova assembleia à tarde com os empregados do segundo turno. Segundo o sindicato, 13 mil pessoas trabalham na unidade. A Volks informou que emprega 20 mil pessoas em suas quatro fábricas no Brasil.
MAIS DEMISSÕES
Nas cartas enviadas aos funcionários, diz o sindicato, a montadora citava a necessidade de cortar 2.000 vagas.
Na nota divulgada nesta terça, a Volks se refere às demissões como uma "primeira etapa de adequação de efetivo", dando a entender que mais desligamentos virão. A empresa, no entanto, não comenta essa possibilidade.
NEGOCIAÇÃO
No início de dezembro, os trabalhadores da unidade Anchieta rejeitaram a proposta elaborada pela montadora em parceria com o sindicato. O plano incluía o pagamento de um abono salarial em troca do congelamento dos salários em 2015 e 2016 e um plano de demissão voluntária para reduzir 2,1 mil vagas.
Sobre as negociações, a empresa afirma que "buscou ainda uma alternativa junto ao Sindicato, realizando um longo processo de negociação para a composição de uma proposta que permitisse a adequação necessária da estrutura de custos e efetivo da unidade".
Apesar de lamentar a rejeição da proposta, diz que segue "urgente" a necessidade de adequar a mão de obra e "otimizar" os custos para melhorar a competitividade da unidade, motivo pelo qual teriam ocorrido as demissões.
Fonte: Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores