18/12/2014
Os primeiros indicadores do desempenho do varejo no Natal deste ano já começam a revelar fragilidade.
No varejo paulistano, as vendas cresceram apenas 2% em média no ano até o 16° dia de dezembro em relação a igual intervalo de 2013, segundo a ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
O balanço da entidade equivale à primeira medição do volume real de mercadorias comercializadas que abrange vendas natalinas.
No grupo de mercadorias que envolve itens como livros, CDs, brinquedos, calçados, bijuterias e vestuário, pagos geralmente à vista, a alta foi de 3,7% nos primeiros 15 dias de dezembro na comparação com o mesmo período do ano passado.
Na categoria de bens duráveis indicados pelo movimento do comércio a prazo, como móveis e eletrônicos, a alta foi de 8,1% na primeira quinzena de dezembro ante igual intervalo em 2013.
O resultado pode ser atribuído ao aumento da confiança dos consumidores das classes C, D e E, mas também recebeu interferência do dia útil a mais no período atual.
"Parece haver essa propensão por bens duráveis, mas acho que esse volume se refere mais a novidades tecnológicas, como tablets e esses celulares que muitas vezes custam barato", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP.
"A TV já foi comprada na Copa e as vendas de geladeiras, por exemplo, também não estão aquecidas."
Para Alfieri, o mercado está frio. "Depois de 2010, nunca mais conseguimos aquela performance, que foi só daquele ano porque a economia crescia em patamares elevados e tinha estímulo eleitoral, além de uma base de comparação baixa devido à crise de 2009", diz Alfieri.
SHOPPINGS
A Alshop, associação que reúne lojistas de shoppings do país, já notou aumento no fluxo de pessoas no final de semana passado (dias 13 e 14) em relação ao anterior (dias 6 e 7) nos estabelecimentos, mas as vendas das lojas ainda não foram computadas.
"No segundo fim de semana de dezembro, o movimento superou as expectativas, na percepção de lojistas de várias regiões. O primeiro final de semana havia sido mais fraco em fluxo de pessoas", diz Luis Ildefonso da Silva, diretor da Alshop.
Segundo ele, as vendas durante o ano podem ter ficado mais represadas com a elevação da inflação e desaceleração da economia.
"Temos ouvido que, se as vendas (considerando o critérios de mesmas lojas) ficarem no zero a zero, já será um bom resultado", explica Ildefonso da Silva.
Fonte: Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores