10/12/2014
O custo de vida vai continuar subindo em 2015, mas os fatores que estão puxando a inflação deverão mudar.
A expectativa é que, em vez dos serviços, que chegaram a subir quase 9% em 2013, a inflação acelere a reboque de produtos que têm componentes importados, como eletrônicos e veículos.
Esse é um cenário bem diferente do que ocorreu desde 2011, quando foram os serviços os itens que mais puxaram a inflação para cima.
Na esteira do aumento da renda do brasileiro na última década, serviços como refeições fora de casa, planos de saúde e cursos e escolas ficaram mais caros. Eles representam cerca de um terço do índice que mede a inflação.
Mas o consumo esfriou e isso já está se refletindo nos dados de inflação. Os serviços recuaram de uma alta de 8,48% para 8,19% nos 12 meses encerrados em novembro.
Em 2015, o motor dos aumentos de preços deve ser a alta do dólar, prevê o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn. Para ele, a moeda americana deve subir para R$ 2,80 ao fim de 2015 e para R$ 2,90 em 2016.
Outro grupo que também deve pressionar a inflação são os preços administrados pelo governo, como as tarifas de energia e a gasolina.
Os dois já tiveram os preços reajustados em 2014, mas novo reajuste da eletricidade será necessário em 2015, para cobrir despesas das empresas do setor com a seca.
No número fechado, contudo, a inflação deve ficar igual a este ano, diz Goldfajn: 6,5% --no limite do governo.
"Parece que nada mudou, mas tudo mudou, os preços relativos estão mudando para o lado que a economia precisa", diz Goldfajn.
Fonte: Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores