03/12/2014
Apesar de recuperar três posições, o Brasil se mantém no grupo de alerta dos países que não diminuem a percepção de corrupção ao longo dos anos, segundo ranking que será divulgado nesta quarta-feira (3) em Berlim pela ONG Transparência Internacional.
O Brasil aparece na 69ª colocação entre os 175 países avaliados, mesma posição alcançada em 2012 --em 2013 havia atingido o 72º lugar. Neste ano está empatado com Grécia, Itália, Romênia, Bulgária, Senegal e Suazilândia.
Numa escala de 0 (altamente corrupto) a 100 (muito transparente), o Brasil obteve 43 pontos, apenas um a mais que em 2013, e se mantém entre os dois terços dos incluídos na zona de alerta porque não conseguem superar a faixa dos 50 pontos.
Em sua análise sobre os dados deste ano, a ONG Transparência Internacional avalia que o Brasil dá sinais de "estagnação" na diminuição da corrupção, assim como outros países da América Latina.
"Pode parecer um bom sinal porque há sempre a possibilidade de agravamento. Mas a realidade é que a estagnação não é boa notícia. Isso é bem exemplificado no Brasil e no México", diz Alejandro Salas, diretor da ONG para temas da América Latina.
O México, envolvido no recente assassinato de 43 estudantes, está na 103ª colocação: "Estes dois países (Brasil e México), em vez de fazer uso positivo de sua influência como líderes geopolíticos, mostram sinais de estagnação e até mesmo atraso, permitindo o abuso de poder e desvio de recursos para o benefício de poucos", diz Salas.
Ele destaca que, apesar dos passos dados nos últimos anos em relação à transparência de informação e combate ao desvio de dinheiro público, "os esquemas de corrupção que envolvem indivíduos, no mais alto nível de poder, e a falta de punição dos corruptos continuam a prevalecer nas Américas".
O ranking da Transparência Internacional é divulgado desde 1995 e se baseia em dados obtidos por 12 instituições internacionais. O Brasil está à frente de Argentina, Bolívia, Paraguai e Venezuela, mas atrás de Uruguai e Chile.
Fonte: Folha de S.Paulo
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