07/11/2014
A Petrobrás anunciou reajuste de preços dos combustíveis, com aumento de 3% para a gasolina e de 5% para o óleo diesel nas refinarias a partir desta sexta-feira. A expectativa é de que o impacto para o consumidor fique entre 2% e 4% nos preços praticados pelos postos de gasolina de todo o País.
No mercado financeiro, o aumento foi visto como um gesto político, calculado para evitar um impacto maior na inflação ao mesmo tempo em que acena aos investidores para atitudes benéficas à saúde financeira da estatal, que deve encerrar o ano com forte aperto financeiro.
As projeções de economistas indicam um impacto entre 0,11 e 0,17 ponto porcentual sobre a inflação, dificultando o objetivo de manter a taxa dentro da meta estabelecida pelo Banco Central, de 6,5%. A expectativa é que a taxa termine o ano ligeiramente acima desse patamar, em 6,54%, segundo a média das projeções feitas pelo Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, após o anúncio do reajuste.
No acumulado em 12 meses, até setembro, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 6,75%. O resultado de outubro será divulgado nesta sexta-feira.
Nas bombas, o presidente do Sincopetro do Estado de São Paulo (sindicato dos postos), José Alberto Gouveia, afirma que o reajuste deve ficar um pouco abaixo dos 3% aplicado nas refinarias.
O reajuste foi anunciado após uma semana de pressão sobre a Petrobrás, acuada entre denúncias de corrupção, divergências internas em seu conselho de administração e atrasos na apresentação de resultados trimestrais. Tudo isso em um cenário de queda livre no preço do petróleo no mercado internacional, movimento que influencia as margens de lucro e os planos de investimento da companhia.
Perda. As turbulências foram determinantes para a definição do reajuste dos combustíveis. Ao longo de 2014, o caixa da Petrobrás esteve pressionado por uma defasagem de cerca de 20% entre os preços de importação dos mercados internacionais e a revenda no mercado interno, com preços represados para conter a alta da inflação.
Nos últimos três anos, as perdas de receita por conta da defasagem chegam a R$ 80 bilhões, segundo Auro Rosembaun, analista de petróleo do Bradesco.
Em reunião extraordinária do conselho de administração na terça-feira, a presidente da estatal, Graça Foster, preparou extensa apresentação sobre a necessidade de reajuste para melhorar o lucro. Naquele dia, a companhia recebeu aval do governo para o reajuste, mas a data e o porcentual do aumento não haviam sido anunciados.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores