28/10/2014
Nesta terça-feira, 28/10, trabalhadores do transporte público fazem passeata contra violência urbana
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) se manifesta contra a barbárie urbana que vitimou o motorista Carlos Soares Brandão, da viação Santa Brígida, na noite de 18/10, enquanto conduzia os passageiros, na Estrada Turística do Jaraguá, sentido bairro, em SP. O ônibus que dirigia foi incendiado, Brandão não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer 4 dias depois, no hospital Geral de São Mateus, onde tinha sido encaminhado.
Socorrido por funcionários de uma padaria local e transportado ao hospital pelo Corpo de Bombeiros de SP, o motorista, de 42 anos, exercia sua profissão na companhia há 11 anos e 9 meses, deixando mulher e 4 filhos. Abordado por manifestantes, Carlos Brandão parou o veículo, porém, preso ao cinto de segurança, não conseguiu sair a tempo. “Após agressões com socos e pontapés, foi atingido por um coquetel molotov, quando a gasolina atingiu seu corpo, e num ato extremo de crueldade, atearam fogo no companheiro, tendo 70% do seu corpo queimado”, externa sua indignação Francisco Xavier da Silva Filho, também motorista de ônibus e secretário geral da UGT Estadual de SP.
O Sindicato dos Condutores de Transporte Público, filiado à UGT, encaminhou um ofício ao governo do Estado de SP, assim como à prefeitura da cidade, para que seja marcada uma audiência pública para discutir essa violência que atinge a segurança dos trabalhadores no transporte público, seus usuários, e que alguma medida seja tomada.
Na tarde desta terça-feira, 28/10, uma passeata sairá da sede do sindicato rumo à Secretaria Municipal de Transportes. Valdevan Noventa, presidente do Sindicato dos Condutores de Transporte Público, organiza junto aos trabalhadores do transporte público uma paralisação marcada para 05/11. “Nesse, dia das 10h às 14h, todos os ônibus e terminais estão convocados a parar suas atividades como forma de manifestação”, comunica Francisco Filho.
O que entra em questão é a preocupação com a vida. Segundo Xavier, se o poder público não tomar alguma atitude, coisas piores poderão ocorrer. “Qualquer problema que acontece na cidade, as pessoas se manifestam incendiando ônibus ou qualquer patrimônio público, mas também os passageiros desses transportes, como crianças, idosos, pessoas com qualquer tipo de deficiência, correm o risco de serem as próximas vítimas”, relata.
Na madrugada desta terça, 28/10, 3 ônibus foram incendiados, enquanto operavam na região da Zona Leste. Ninguém ficou ferido. Porém, a UGT quer um basta a estas atrocidades! Focada na qualidade de vida do trabalhador e do cidadão, a UGT fará uma coletiva junto ao Sindicato presidido por Noventa, para que seja mobilizada uma greve e que medidas sejam aplicadas.
Mariana Veltri – imprensa da UGT
UGT - União Geral dos Trabalhadores