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Dilma decide buscar nome para Fazenda no mercado


28/10/2014

Um dia após ser reeleita, a presidente Dilma Rousseff viu o mercado financeiro reagir negativamente à sua vitória e indicou que buscará um nome com credibilidade entre os investidores para conduzir sua política econômica.

 

A presidente resiste à ideia de anunciar às pressas um sucessor para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que foi nomeado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e recebeu aviso prévio durante a campanha eleitoral, quando Dilma anunciou que ele não continuará no cargo.

 

A presidente prefere anunciar seu novo ministro depois que tiver definido os demais integrantes de sua equipe econômica, incluindo o Banco Central e o Ministério do Planejamento. Isso deve ocorrer até o fim de novembro.

 

A presidente fará a reforma de sua equipe disposta a rejeitar interferências de aliados e partidos políticos na definição dos postos principais e pretende descartar nomes que tenham se tornado alvo de suspeitas de corrupção.

 

Na lista de cotados para a Fazenda, surgiram nos últimos dias o ex-presidente do Banco do Brasil Rossano Maranhão, hoje executivo do Banco Safra, e o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, como informou a coluna Mônica Bergamo, na Folha.

 

Em entrevista à TV Record nesta segunda-feira (27), Dilma demonstrou incômodo com as perguntas sobre o assunto. "Gosto muito do Trabuco, mas acho que não seja o momento e a hora de discutir nomes para o próximo governo", afirmou. "No tempo exato, darei nome e perfil."

 

Assessores da presidente temem que ela enfrente dificuldades para recrutar nomes no mercado para a equipe, por causa do cenário desafiador na economia e do estilo centralizador de Dilma, que em seu primeiro mandato se impôs sobre a área econômica.

 

Na manhã desta segunda-feira, com as ações em queda e o dólar disparando, Mantega convocou entrevista coletiva para fazer um discurso otimista, em que interpretou o triunfo do PT como demonstração de que a população aprova a política econômica.

 

Ele disse que o governo prepara "várias" medidas de estímulo à indústria para tentar recuperar a atividade econômica, que deve registrar crescimento perto de zero neste ano. "Uma série de estímulos já foi dada e outros estão em curso", afirmou.

 

Reservadamente, assessores presidenciais disseram à Folha que o tom do ministro foi equivocado. Para eles, o recado das urnas é que a população aprovou as políticas sociais do governo, mas fez ressalvas à política econômica.

 

Na visão desses assessores, o momento é de arrumar a casa, e o objetivo principal da equipe econômica deveria ser o ajuste das contas públicas, que estão no vermelho, para reduzir a inflação e evitar que o Brasil perca o cobiçado grau de investimento conferido pelas agências internacionais de classificação de risco.

 

Se o Brasil for rebaixado, o custo de captação de empréstimos no exterior ficará mais caro para governos e empresas, e os investimentos estrangeiros no país vão diminuir.

 

Em sua entrevista, Mantega prometeu um ajuste fiscal "mais forte" em 2015 para compensar o fraco desempenho deste ano, quando o governo não cumprirá a meta de economia para pagamento de juros da dívida pública.

 

"Vamos continuar nos esforçando para aumentar a transparência da execução fiscal", disse o ministro, em linha com o discurso de Dilma, que no domingo prometeu seguir "avançando no terreno da responsabilidade fiscal".

 

Fonte: UOL


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