27/10/2014
Mais de 50% dos trabalhadores da América Latina trabalham de maneira informal, o que coloca em risco as democracias da região, assegurou nesta quinta-feira no Panamá um funcionário da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"Entre 50% e 60% (dos trabalhadores na região) estão em condições de informalidade ou trabalham informalmente", disse o jornalista Virgilio Levaggi, diretor da OIT para América Central, Haiti e República Dominicana.
Segundo Levaggi, uma pessoa que tem um trabalho formal pensa em progredir, enquanto os trabalhadores informais querem apenas sobreviver, sem sequer ter acesso a todos os direitos e a recursos básicos.
"Não há democracia que resista a um grande número de seus membros desejando somente sobreviver, enquanto os outros podem evoluir", manifestou.
Na semana passada a OIT afirmou no Peru, durante sua reunião regional, a necessidade de promover o trabalho decente para reduzir a informalidade e a desigualdade nas Américas.
Na Declaração de Lima, a OIT pediu o combate à desigualdade por meio de políticas públicas integradas, econômicas e sociais, que promovam a inclusão social, o trabalho decente e o emprego produtivo.
"A grande preocupação da América Latina é a qualidade do emprego", afirmou Levaggi, que acha necessário aumentar a produtividade e reduzir a desigualdade de renda.
Contudo, Levaggi afirma que nos últimos anos a informalidade na América Latina diminuiu porque "há uma demanda por qualidade do emprego, o que não havia há alguns anos", disse.
De acordo com o funcionário da OIT, a informalidade no trabalho existe desde a época colonial, com taxas que há alguns anos superaram os 80%, principalmente no comércio, na agricultura e, um pouco menos, na indústria.
A situação dos menores é ainda mais preocupante. De acordo com a OIT, 12,5 milhões de crianças e adolescentes trabalham na América Latina. Destas, 9,5 milhões atuam em condições perigosas.
Fonte: http://www.em.com.br/
UGT - União Geral dos Trabalhadores