23/10/2014
O pânico tomou conta da calma capital do Canadá, Ottawa, nesta quarta (22) depois que um homem armado matou um policial e atirou várias vezes dentro do Parlamento antes de ser morto.
Foi o segundo ataque a policiais no país em três dias. Embora a motivação ainda seja desconhecida, há suspeitas de que os ataques podem ser uma resposta ao apoio do Canadá à coalizão liderada pelos EUA para combater a facção Estado Islâmico.
Por volta das 10h locais (12h do Brasil), um homem atirou pelo menos duas vezes no cabo Nathan Cirillo, que fazia a guarda no Memorial Nacional de Guerra. Ele morreu horas depois.
Em seguida, o atirador entrou no Parlamento, próximo ao memorial, onde disparou dezenas de tiros nos corredores e acabou morto. Outras três pessoas ficaram feridas.
A polícia investiga um homem chamado Michael Zehaf-Bibeau, cidadão canadense nascido em 1982, e convertido ao islã, como suspeito. Ele já foi preso outras vezes por porte de drogas.
Uma teoria é de que seria um "lobo solitário", alguém que age individualmente inspirado em grupos radicais islâmicos, mas sem necessariamente estar a serviço deles.
Mesmo depois da morte do atirador, a polícia continuou procurando suspeitos. A imprensa canadense informou que outras três pessoas estariam envolvidas.
A polícia, porém, não quis comentar se havia suspeitos, dizendo que a situação poderia haver desdobramentos.
Também houve relatos de um tiroteio em um shopping próximo ao Parlamento, desmentido depois.
Um hospital de Ottawa divulgou ter recebido quatro pacientes após o ocorrido, três em situação estável. Um deles tinha um ferimento a bala, mas não corria risco.
O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, e dezenas de parlamentares, jornalistas e funcionários estavam no Parlamento no momento do tiroteio.
Harper foi retirado do prédio em segurança enquanto parlamentares foram levados para o subsolo do prédio.
"O tiroteio foi claramente perto da sala em que estávamos reunidos", disse o parlamentar Tony Clement, que estava com o primeiro-ministro.
"Eu ouvi os tiros enquanto andava para uma conferência", disse Chrystia Freeland, membro do Parlamento, por telefone de dentro de uma sala sem janelas, ao jornal "New York Times".
O Parlamento e diversos outros prédios de Ottawa foram fechados. O centro da cidade foi isolado e a população na área foi retirada do local ou retida onde estava.
Durante a noite, Stephen Harper chamou a ação de um atentado e disse que o Canadá jamais seria intimidado pelo terrorismo.
"De fato, isso fará com que o governo e nossas agências aumentem nossa intenção e redobrem os esforços para tomar todos os passos necessários para identificar e conter todas as ameaças e deixar o Canadá mais seguro".
Os EUA também fecharam sua embaixada na capital canadense. O presidente Barack Obama chamou os ataques de "ultrajantes".
Na segunda-feira, um homem suspeito de ter ligação com milícias radicais atropelou dois policiais canadenses ""um deles morreu.
Fonte: Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores