13/10/2014
Com a crise do agronegócio, indústrias de máquinas agrícolas de Matão (SP) adaptaram sua produção para evitar mais prejuízo e, agora, só produzem sob encomenda. O setor estima ter perdido 35% do faturamento nos primeiros oito meses deste ano.
A queda de faturamento em Matão segue uma tendência do setor, apontam dados da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Em julho de 2014, o faturamento dos produtores de máquinas no país foi 24,2% menor que no mesmo mês de 2013.
“Só estamos dançando conforme a música. Não podemos continuar produzindo sem ter comprador”, diz Roberto Luiz Cadioli, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Matão. Com 80 mil habitantes, a cidade tem cerca de 70 indústrias e é um polo de implementos agrícolas do país.
De janeiro a agosto deste ano, o município registrou a abertura de 120 postos de trabalho, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. No mesmo período de 2013, haviam sido 569.
A maioria das indústrias do município produz máquinas para o setor sucroalcooleiro, um dos mais afetados.
“Sabíamos que a situação seria complicada, pois as usinas já estavam em crise. Mas a estiagem prejudicou a todos e atingiu laranja e café, que também são nossos compradores”, afirma Cadioli.
Segundo ele, a mudança atinge ao menos 80% das indústrias do município. Além disso, elas reduziram a carga horária para evitar demissões. O efeito se faz sentir no comércio local, que perdeu vagas entre janeiro e agosto.
O presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis, Antonio Eduardo Tonielo Filho, diz que para algumas indústrias a queda de faturamento chega a 60%, e alerta: “O próximo ano vai ser difícil para nós”.
Fonte: UOL
UGT - União Geral dos Trabalhadores