07/10/2014
Com o tema “Justiça para os Trabalhadores e Trabalhadoras, Justiça Climática”, a Jornada Mundial do Trabalho Decente, organizada pela Confederação Sindical Internacional (CSI), reuniu, nesta terça-feira, 07/10, centenas de pessoas em frente à Superintendência Regional do Trabalho, no centro de São Paulo. A União Geral dos Trabalhadores (UGT) e demais centrais sindicais filiadas à CSI entregaram o documento oficial com a agenda de reivindicações da classe trabalhadora.
Para que se possa dar voz e fortalecimento aos direitos do trabalhador é importante que se tenha unidade entre seus representantes e João Felício, presidente da CSI, destacou a importância deste ato unificado.
“Este dia é de uma importância muito grande, com as centrais sindicais do mundo todo reunidas para fazer essa mobilização ao mesmo tempo. Falta à classe trabalhadora mundial começar a carimbar os dias do ano na luta pelos seus direitos, pela sua agenda. É essa a CSI que a gente quer. Não queremos uma CSI de gabinete, de escrivaninha, uma CSI que apenas orienta, mas uma CSI que vá para a rua, que mobilize, que enfrente o capital, que enfrente o patrão, que enfrente os governos na defesa do trabalhador”, comemora Felício.
Para o presidente da CSI, falar de direitos do trabalhador, é pensar num mundo com justiça climática, com valorização dos aposentados, da juventude e do meio ambiente. Pensar em trabalho decente é atentar contra os trabalhos precários, é dar voz ao trabalhador nos organismos internacionais.
Para Ricardo Patah, presidente nacional da UGT, defende mais unidade de ação para que se inicie o processo da valorização do ser humano, e então, para que se possa fazer mudanças importantes em no país. “Quando pensamos em informalidade no trabalho, pensamos logo nos comerciários, lembramos dos terceirizados, que ainda exercem trabalhos precarizados, mas esquecemos que muitos trabalhadores qualificados também estão fora do trabalho decente, precisamos incluir as pessoas que estão à margem da cidadania”, ressalta.
Otto Mata Roma destaca que um trabalho decente é fruto de uma vida decente. “Nós temos que procurar é lutar para uma maior fiscalização, exigir dos órgãos responsáveis para fiscalizar o cumprimento das normas coletivas de trabalho. Nós temos que estender a luta do trabalho decente para a luta de uma vida decente para o trabalhador. Sem fiscalização, o patrão não cumpre com a legislação!”, alerta.
Luiz Antônio de Medeiros, superintendente do Trabalho, que recebeu o documento oficial das centrais, reforça que o Ministério do Trabalho está sucateado, sem representatividade fiscal, mas que tem apenas um lado, que é o do trabalhador. “O Ministério do Trabalho está sempre aberto, para receber todos os sindicatos e nossa prioridade tem sido o combate ao trabalho precário”, frisa lembrando que o trabalho escravo não está apenas nas ilegalidades das indústrias de confecções que abusam dos imigrantes, mas também em grandes empresas, na classe dos músicos recém-demitida do Teatro Musical sem direito algum, em departamentos de órgãos públicos, entre outros.
Laerte Teixeira, vice-presidente da UGT e secretário de Políticas Sociais da Confederação Sindical das América (CSA), representou Víctor Báez, secretário geral da CSA, entidade que se mostrou honrada em estar ao lado das organizações brasileiras em evento tão importante para o trabalhador. “A CSA deseja que este evento tenha a repercussão necessária junto ao governo, patrões e dos trabalhadores em geral em reunião regional que será realizada, em dezembro, em Lima, no Peru, com a COP 20”, reforça o secretário.
Bandeiras de luta
- Garantia de direitos trabalhistas: contra a terceirização que precariza;
- Fim do fator pervidenciário e fortalecimento da Previdência Pública;
- Reforma agrário;
- 10% do PIB para a Educação;
- 10% do Orçamento para a Saúde;
- Pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial;
- Igualdade entre homens e mulheres: salário igual para trabalho igual;
- Pela democratização da comunicação;
- Pela paz, contra a guerra!
UGT - União Geral dos Trabalhadores