30/09/2014
Após recusarem nova proposta de reajuste salarial dos bancos, os bancários confirmaram a decisão de greve nacional a partir desta terça-feira (dia 30) e por tempo indeterminado.
A paralisação já havia sido aprovada na última quinta-feira (25) e foi referendada em assembleias realizadas na noite desta segunda (29).
A greve atinge o Distrito Federal e os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba, Maranhão, Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Amapá e Rondônia.
No Brasil, são cerca de 500 mil bancários, sendo 142 mil somente em São Paulo, Osasco e região.
No último sábado (27), a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) aumentou de 7% para 7,35% a oferta de correção dos salários, o que inclui aumento real de 0,94% em vez de 0,61% da primeira proposta.
A categoria recusou o novo reajuste e quer 12,5%, o que inclui 5,8% acima da inflação medida pelo INPC (6,35% no acumulado dos 12 últimos), além de outras reivindicações e melhores condições de trabalho. Atualmente, o piso dos bancários é de R$ 1.648.
No ano passado, após 23 dias de paralisação, os bancários conseguiram reajuste de 8% –com 1,82% de ganho real. Foi a maior greve da categoria desde 2004, quando os funcionários dos bancos pararam por 30 dias.
Além do reajuste, a pauta de reivindicação da categoria inclui 14º salário, piso de R$ 2.979,25 (salário mínimo do Dieese), PLR (participação nos lucros) no valor de três salários-base mais parcela adicional fixa de R$ 6.247.
Os bancários também pedem vales alimentação e refeição, auxílio-creche no valor de R$ 724, o salário mínimo nacional em 2014.
"Além de o índice de reajuste não atender a expectativa dos bancários, a proposta não contempla as reivindicações não econômicas, que para nós são imprescindíveis, como garantia de emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, além de segurança bancária e igualdade de oportunidades. Queremos mais dos bancos, que têm aqui a mais alta rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional", afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do comando nacional dos bancários.
Em São Paulo, cerca de 800 bancários participaram de assembleia na noite desta segunda para organizar a greve.
Segundo a presidente do sindicato da categoria na cidade, Osasco e região, Juvandia Moreira, a paralisação deve atingir bancos da avenida Paulista, da região central e dos principais corredores de diversos bairros de São Paulo.
"A greve foi confirmada por unanimidade. Os bancários querem um aumento real de salário acima de 0,94% que está sendo oferecido pelos bancos", disse a sindicalista.
CONSUMIDOR
Com a confirmação da greve dos bancários, o consumidor deve pagar normalmente suas contas, buscando com o fornecedor uma alternativa para quitá-las caso não consiga fazê-lo pelo sistema bancário.
No entendimento do Procon de São Paulo, a greve não inviabiliza a cobrança das contas.
Fonte: Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores