26/09/2014
Os lojistas conseguiram soltar mais uma amarra com os bancos nas negociações de cartão de crédito. A partir de fevereiro de 2015, os comerciantes que têm valores a receber das vendas parceladas com cartão poderão escolher com qual banco negociar a antecipação desses recursos. Até então, havia um vínculo quase obrigatório com o "domicílio bancário", instituição financeira escolhida para realizar as operações.
Em circular divulgada ontem, o Banco Central determinou a bancos e credenciadores (como Elo, Rede e Cielo) usar arquivos com padrão determinado pela autarquia. Essa agenda é um cronograma dos recebimentos previstos pelo estabelecimento, uma espécie de "extrato", com datas e valores que vão entrar no caixa. Até então, cada banco tinha seu procedimento próprio de comunicação, o que amarrava o lojista a um determinado banco e dificultava a entrada de novas credenciadoras.
O chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do BC, Daso Coimbra, explicou que algumas credenciadoras praticamente "forçavam" os lojistas a usar determinado banco, alegando que só aquela instituição teria condições de "ler" o arquivo da empresa. Isso também dificultava a entrada de novas empresas credenciadoras em um mercado cada vez mais acirrado, que até pouco tempo atrás estava na mão de apenas duas empresas.
Os comerciantes comemoraram a determinação do BC. "Isso melhora muito para os lojistas, pois aumenta a concorrência entre os bancos e os comerciantes poderão ter seus custos reduzidos", disse o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior. Para ele, os bancos deverão criar mecanismos para atrair lojistas, o que poderá gerar uma redução de até um terço das taxas atuais.
Apesar de os bancos serem o elo da cadeia que passará por maior adaptação com a circular, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não quis se manifestar sobre o assunto. Procurada, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) informou que está analisando a circular do BC e fará uma avaliação mais detalhada com suas associadas para se manifestar.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores