11/08/2014
O XX QUALIEDUC – Seminário de Trabalhadores Sobre Qualidade na Educação aconteceu na cidade de Blumenau/SC nos dias 24, 25 e 26 de julho de 2014 e reuniu centenas de professores, auxiliares administrativos, dirigentes sindicais e autoridades públicas.
lotado
Os companheiros de jornada, Miguel Abrão Neto Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura – CNTEEC e Oswaldo Augusto de Barros, Presidente da Federação Paulista de Auxiliares da Administração Escolar também estiveram presentes.
Para comemorar a vigésima edição do QUALIEDUC, a Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Estado de Santa Catarina – FETEESC – trouxe a Blumenau nomes como: Prof. Moacir Gadotti, Dr. em Educação, Professor da USP e Diretor Geral do Instituto Paulo Freire que abordou na noite de abertura o Tema Central do Evento “A Educação no Brasil Durante os Últimos 20 Anos”.
Segundo Gadotti, o Brasil avançou na inclusão de alunos na escola, mas é necessário melhorar a qualidade da educação e erradicar de vez o analfabetismo absoluto de 13 milhões de brasileiros. Afirmou que o modelo vigente precisa respeitar e levar em consideração a pluralidade, os diferentes saberes. A escola precisa deixar de ser mera reprodutora do modelo e preparar pessoas para pensar. Somente com educação inclusiva e emancipatória o Brasil irá alcançar o status de nação desenvolvida, finalizou o professor.
Na manhã de sexta feira, Eduardo Guerini, Professor de Ciência Política da UNIVALI dissertou sobre educação nas grandes corporações de Ensino. Afirmou que o modelo atual iniciou na década de 90 por decisão política e continua até hoje com o apoio do Estado. Os grandes conglomerados educacionais concentram nas mãos de poucos a oferta de mais de 73% das vagas no ensino superior. Isto é fruto de decisão política que transforma educação em mercadoria. O resultado é a precarização nas relações de trabalho e a péssima qualidade dos cursos oferecidos. Lembramos que parte dos recursos investidos nessas faculdades é público e acaba nas mãos da iniciativa privada através de programas de governo, a exemplo do FIES. O grande filão hoje é o Ensino a Distância, cursos estes que surgem a todo o momento com aprovação do MEC e visam exclusivamente o lucro.
Na seqüência o Professor Dr. José Dari Krein da UNICAMP autor da “Política Social e Desenvolvimento – Agenda para o Brasil do Século XXI” falou sobre intensificação do trabalho com remuneração flexível. O professor neste contexto é remunerado de acordo com sua produtividade a partir do interesse do capital. O resultado que se percebe é o agravamento das relações laborais, com prejuízos substanciais aos trabalhadores em educação. Dari Krein afirmou que o Seminário foi de altíssima qualidade. “Foi evento que abriu espaço para a discussão dos problemas da classe trabalhadora e do sindicalismo brasileiro. No momento de dificuldade e crítica, é fundamental ter espaço para o debate, pois por meio dele e de iniciativas de ação que se encontram novas formas de luta e fortalecimento da organização dos trabalhadores. Também gostaria de destacar o caráter plural e democrático do evento, o que também é muito positivo.”
A tarde de sexta foi marcada pela palestra do Professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Palestrante nacional e internacional sobre formação de professores, interação professor-aluno, educação de filhos, relacionamentos nas empresas e escritor Prof. Marcos Meier que abordou a questão do educador como agente de mudança nacional. O palestrante destacou a importância da formação continuada dos professores.
A última palestra do dia ficou por conta do Economista Eduardo Rocha da UGT Nacional que falou do cenário econômico Brasileiro e mundial. O palestrante fez um resgate histórico chegando aos dias atuais e destacou o desmonte do movimento sindical provocado pelo capital.
Subsidiados pelas brilhantes palestras dos ilustres convidados, no sábado pela manhã os Grupos de Trabalho discutiram os temas propostos e trouxeram para plenária as propostas que farão parte da Carta de Blumenau 2014.
Saúde Ocupacional do Professor
A FETEESC e seus sindicatos filiados lançaram no XX QUALIEDUC a pesquisa sobre saúde ocupacional – RELAÇÕES ENTRE FATORES ESTRESSANTES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DE VIDA DOS PROFESSORES ATUANTES NAS ESCOLAS PARTICULARES DE SANTA CATARINA.
O Evento promovido pela Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Estado de Santa Catarina – FETEESC – e seus Sindicatos Filiados é realizado pelo Instituto de Pesquisas e Estudos dos Trabalhadores –IPET – Escola Sindical e contou com o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura – CNTEEC e da União Geral dos Trabalhadores – UGT.
As 12H30 do sábado o Presidente da FETEESC Antônio Bittencourt Filho deu por encerrado os trabalhos do XX QUALIEDUC.
Texto e fotos: Paulo Cesar Amante
Assessor de Comunicação FETEESC
UGT - União Geral dos Trabalhadores