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Atentados na Praça dos Três Poderes: Ato terrorista e um Grave Ataque ao Estado Democrático de Direito


14/11/2024

O recente atentado com explosões na Praça dos Três Poderes, na noite de 13 de novembro, representa um ataque terrorista ao estado democrático de direito no Brasil. Esses atos de violência têm o objetivo de amedrontar e desestabilizar as instituições, mas são, acima de tudo, uma ameaça à nossa democracia, ao respeito mútuo e ao direito de cada cidadão brasileiro de viver em paz em um país onde a voz da maioria é respeitada.


A democracia, seja no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo, é uma construção pautada pela alternância de poder, pela vontade da população manifestada através do voto, pela troca de ideias e pelo respeito às divergências. Entretanto, desde que o mundo passou a conviver com a ascensão de uma extrema direita raivosa e intolerante, testemunhamos o crescimento de uma retórica perigosa que ataca, intimida e marginaliza aqueles que possuem visões contrárias. Esse comportamento não é apenas uma afronta à convivência democrática; é uma violação direta dos direitos fundamentais de qualquer cidadão.


O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou um exemplo claro e alarmante de desrespeito ao processo democrático. Ao perder as eleições, fez acusações infundadas de fraude eleitoral e, direta ou indiretamente, incentivou a invasão ao Capitólio em janeiro de 2021. Ironia ou não, ao vencer o pleito de 2024, suas acusações de fraude magicamente desapareceram. Esse comportamento não é apenas contraditório; ele mina a confiança nas instituições e no próprio processo democrático.


No Brasil, o cenário não foi diferente. Ao perder as eleições, Jair Bolsonaro se recusou a aceitar a derrota de forma respeitosa, não fez a transição de faixa presidencial e abandonou o comando do país. Foi assistir, do exterior, à invasão criminosa dos prédios dos Três Poderes, executada por indivíduos que acreditavam que, com violência, poderiam impor um golpe de Estado. No Brasil, atentar contra o estado democrático de direito é crime, e todos os envolvidos em tais atos precisam ser responsabilizados, incluindo aqueles que incentivam e alimentam essa mentalidade antidemocrática.


As pessoas que participaram do 8 de janeiro de 2023 foram claramente movidas por discursos de ódio e mentiras propagadas por redes sociais que promovem visões extremistas e desconectadas da realidade. Essas pessoas, muitas vezes doentes e alienadas, são arrastadas para uma bolha onde fatos e realidades são distorcidos a favor de um projeto de poder antidemocrático. Cada um dos envolvidos deve ser julgado com o rigor da lei. Não podemos tolerar que ações e discursos que fomentem o ódio e a divisão continuem impunes.


O ato extremo cometido por Francisco Wanderley Luiz, que causou explosões na Praça dos Três Poderes, não foi um ato isolado. Foi premeditado e motivado por uma ideologia extremista que precisa ser controlada. Sua atitude revela uma mentalidade profundamente enraizada na radicalização e no ódio que permeiam determinadas redes sociais e círculos de desinformação.


A luta contra esses atos de terrorismo doméstico deve incluir, além de punições justas e rigorosas, um combate incisivo à desinformação. As fake news são armas modernas que incitam ao ódio e criam realidades paralelas, manipulando e enganando pessoas vulneráveis. É fundamental que todos os responsáveis por disseminar mentiras que desestabilizam a sociedade também sejam responsabilizados.


A UGT reitera seu compromisso com a democracia e o estado de direito. Não há espaço em nosso país para aqueles que buscam subverter a ordem democrática através da violência e da mentira. Que o Brasil continue a caminhar em direção a uma sociedade mais justa, democrática e tolerante, onde o respeito à diversidade e à alternância de poder sejam garantias inabaláveis.


Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)




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