14/11/2024
Nós, dirigentes das centrais sindicais brasileiras, nos
somamos ao clamor nacional pelo fim da jornada 6x1 e insistimos, como temos
feito em toda a nossa história, na redução da jornada de trabalho sem redução
de salários.
A mais recente redução da jornada que tivemos no Brasil,
quando passou de 48 para 44 horas semanais, ocorreu na Constituição de 1988. A
mudança na legislação resultou das campanhas salariais de novembro de 1985,
quando diversos sindicatos conquistaram a redução da jornada em suas convenções
coletivas. A conquista virou lei e foi nacionalizada através da Constituição
Cidadã.
Desde então temos lutamos por uma redução gradual, viável,
respeitando os acordos em cada categoria e que esteja em consonância com um
projeto de um desenvolvimento com justiça social.
Com o avanço da automação e mudanças tecnológicas no
processo de produção, o mundo do trabalho já não é o mesmo de 1988. Já está
mais do que na hora de reajustar essa jornada, sem reduzir os salários e os
empregos.
Diferentes propostas de Emenda Constitucional que visam a
redução da jornada sem redução dos salários e até pela implantação da Semana de
4 Dias tramitam no Congresso Nacional.
A “viralização”, como se diz no jargão das redes sociais,
do tema “fim da escala 6x1” (conforme proposta de PEC, da deputada federal
Érika Hilton - Psol), mostra que se trata de um forte anseio da classe
trabalhadora. Os brasileiros querem mais qualidade de vida, bem-estar e menos
doenças ocupacionais. Querem, enfim, trabalhar com base em relações mais
humanizadas. Isso é possível e é mais do que justo.
E experiências, como a semana de 4 dias, já implementadas
em outros países e em algumas empresas brasileiras, mostram que a jornada
reduzida aumenta a produtividade do trabalho e estimula a criação de novos
postos. No Brasil poderá estimular o surgimento de até seis milhões de vagas de
trabalho.
Nossa luta é para que a automação resulte em mais tempo
livre e nunca em desemprego. É pela valorização do trabalho formal, com
registro em carteira, para que mais trabalhadores sejam contemplados com as
conquistas sindicais e legais. E é pelo fortalecimento das entidades sindicais,
que garantirão na prática do dia a dia, a implementação dos direitos
trabalhistas conquistados à base de muita luta e resistência.
São Paulo, 13 de novembro de 2024
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos
Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos
Trabalhadores)
Antonio Neto, Presidente da CSB (Central dos
Sindicatos Brasileiros)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central
Sindical de Trabalhadores)
Nilza Pereira, secretária-geral da Intersindical Central da Classe
Trabalhadora
José Gozze,
Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
UGT - União Geral dos Trabalhadores