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Debate alerta para novas metrópoles. Na Era Sustentável, planejamento se mostra urgente


22/07/2014

Nesta segunda-feira, 21/07, o evento “Diálogos Capitais”, promovido pela Revista Carta Capital, no Hotel Intercontinetal, em SP, trouxe para as mesas de debates "Metrópoles Brasileiras: Futuro Planejado", onde foi destacado os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), metas que a União Geral dos Trabalhadores (UGT) abraçou como bandeira de luta.

 

Estiveram presentes para os debates a prefeita em exercício de SP, Nádia Campeão, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o vereador Ricardo Young, entre outros participantes. Nádia Campeão falou dos desafios do Plano Diretor, destacando a importância de uma cidade que tenha empregos próximos às moradias, mais parques, transportes, mais áreas para construção de moradia para a população de baixa renda, principalmente no Centro. “São desafios das pequenas e médias cidades, para se superarem em planejamentos, com planos diretores pactuados. A cidade precisa ser governada com os governos estadual e federal”, ressalta.

 

Eduardo Paes, que além de prefeito carioca é presidente do C40 (grupo de grandes cidades mundiais, empenhado em debater e combater a mudança climática), frisou a importância da administração de um governo local, como aquele que tem mais capacidade de transformar. “Para impactar na vida dos brasileiros, é fundamental que o governo de cada estado tenha instrumentos para impactar na vida de um todo. Para tratar do futuro do país, é fundamental tratar da realidade da cidade”, explica.
Rayne Ferretti Moraes, oficial de programas para o Brasil do Escritório Regional para América Latina e Caribe da ONU-Habitat (Programa das Nações Unidas para Assentamento Humano) e que tem monitorado as metas dos ODM no país, falou sobre o crescimento espontâneo das cidades e o impacto que causa na população.

 

“No Brasil, estamos trabalhando em cima do ODM 7, para garantir a sustentabilidade ambiental. Temos que reduzir a porcentagem da população sem acesso à água potável e saneamento”, aponta. Rayne ressaltou a necessidade de uma nova agenda urbana, para que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), quando entrarem em vigor em 2016, possam trabalhar o desenvolvimento urbano sustentável e promover respostas à extrema pobreza.

 

Entre os temas debatidos: “Urbanismo e Cidades Inteligentes - As Metrópoles Possíveis”, “Mobilidade - Caminhos para o Futuro” e “Segurança - A cidade atrás das grades”, foi levantada a importância de um novo olhar para as questões das cidades, melhorar a qualificação das pessoas, fazer as transformações com qualidade e mudar o olhar sobre segurança ligado à pobreza.

 

Para Luis Flávio Sapori, professor e coordenador do Centro de Estudos e Pesquisa em Segurança Pública (CEPESP) da PUC Minas, é muito simplista reduzir o problema da criminalidade às grandes metrópoles. “O crime já se disseminou para as cidades de médio e pequeno portes. A violência está crescendo e pesquisas têm apontado os maiores índices entre os jovens. Muitos são decorrentes do tráfico de drogas”, adverte sobre a ausência do estado de direitos.

 

Hoje as cidades estão saturadas, com lugares periféricos ocupados por favelas, sendo negligenciada a necessidade de consumo da maioria. Raquel Rolnik, arquiteta e urbanista da FAU levantou um questionamento: “Por que é difícil construir uma política urbana e um novo modelo de desenvolvimento urbano?” Para ela, chegar nesse consenso já é um avanço.

 

“É preciso entender a natureza dos obstáculos e superação. Não dá para fazer omelete sem quebrar o ovo. O desafio da inclusão territorial e como estruturador na cidade, é superar a ambiguidade da inserção territorial dos pobres. O espaço da residência e do consumo é para a elite e setor de maior renda, negligenciando a necessidade de consumo para a maioria”, revela a urbanista.

 

E para fazer mudança, é necessário recursos. Para o vereador Young, “é fundamental que as dinâmicas locais estejam ocorrendo e que cada cidade esteja atenta às leis de zoneamento e aos recursos de financiamento. O negócio agora é não crescer mais e tornar a cidade possível”, completa.

 

Mariana Veltri, imprensa UGT e Nós Podemos SP

 




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