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Desafios para melhoria do transporte público são tema de encontro com representante da ITF Global


03/06/2024

A luta em defesa da categoria não se faz apenas com enfrentamento nas bases. É necessário dispor de troca de informações e conhecimento para formar estratégias efetivas em torno dos objetivos.

Por isso, a direção SMTTRUSP (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) promoveu importante encontro sexta-feira (31) com representante da ITF (Federação Internacional dos Trabalhadores em Transporte) para discutir os desafios conjuntos e participação do movimento sindical para melhoria do transporte urbano nas grandes cidades.

No evento realizado na subsede sul da entidade, membros da diretoria, da comissão de negociação, militância das garagens e lideranças de centrais sindicais assistiram a palestra de Bruno Dobrusin – coordenador do projeto de transição justa no transporte urbano na Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF Global) – que elencou pilares fundamentais para as lutas unificadas dos trabalhadores no setor: fortalecimento das convenções coletivas, incremento das mulheres e mudanças climáticas.

Crise de investimentos

Os governos municipais, de modo geral, na visão de Bruno tem retraído os investimentos no setor, que comprometem as reivindicações dos trabalhadores. “Ano após ano, as convenções dos trabalhadores estão sofrendo perdas. E os gestores querem transferi-las para os trabalhadores, precarizando as conquistas necessárias para o sustento e qualidade de vida. É preciso organizar pautas conjuntas e trabalhar de forma unitária para defendê-las”.

O secretário de organização, relações do trabalho, juventude e pessoas com deficiência, Nailton Francisco de Souza (Porreta), trouxe dados preocupantes neste contexto. Segundo levantamento da CNTTT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres), nos últimos anos mais de 70 mil empregos foram perdidos no Brasil, sendo 2 mil em São Paulo. Na pandemia, a categoria teve mais de 2000 vidas ceifadas e mais de 3000 companheiros e companheiras que ficaram com sequelas, dos quais vários sequer retornaram ao trabalho.

Não por acaso, pesquisa realizada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) mostrou que o transporte coletivo piorou nos últimos 10 anos. “Sem investimentos e valorização do humano, o resultado não poderia ser diferente”, afirmou.

Mulheres em destaque

Segundo o coordenador da ITF, a questão das mulheres requer atenção especial, pois suas pautas sociais são fundamentais para sua qualidade de vida. “As entidades sindicais devem contar com pauta específica e bem definida sobre as mulheres, bem como sua participação efetiva no sistema laboral e vida política das entidades”, ressaltou Bruno.

“Na convenção coletiva deste ano, avançamos em pautas importantes, mas ainda precisamos trilhar para maior inclusão das companheiras na esfera política partidária. Somos 52% do eleitorado no país, mas apenas 15% de presença na vida pública”, criticou a secretária de saúde do SMTTRUSP, Edna Andrade (Edna).

Mudanças climáticas e Matriz energética

A presença dos ônibus elétricos devem estar na pauta de luta dos trabalhadores, observa Dobrusin. “A transição da matriz energética no segmento é uma realidade. Os trabalhadores com aptidões mecânicas no setor de manutenção serão obrigados a receber upgrade de treinamento para lidar com novos sistemas técnicos. E os sindicatos devem cobrar e lutar por isso nas negociações e demais fóruns de debates”.

Bruno também sinaliza que as mudanças climáticas requer discussão profunda na convenção coletiva por conta da saúde dos trabalhadores, que são expostos a mudanças de temperatura no mesmo dia no trânsito severo. “Os veículos devem contar com ar-condicionado, dispor de equipamentos térmicos e adequados, que protejam o bem-estar dos profissionais”.

O trabalho dos cipeiros dentro das garagens ganham destaque neste processo. E o presidente Edivaldo Santiago lembrou que as discussões sobre o tema “serão aprofundadas na Campanha Salarial, buscando fortalecer a atuação da CIPA nos locais de trabalho”.

Edivaldo Santiago e ITF, uma relação de luta pelos trabalhadores

A Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) é uma entidade global, que luta pelos interesses de aproximadamente 700 sindicatos afiliados de 150 países e 20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo mundo.

O presidente Edivaldo Santiago tem uma relação especial com a entidade, representando-a em agendas em vários países, como Portugal, Argentina, Africa do Sul e outros lugares. No Brasil, foi responsável pela criação de ações históricas como “Fadiga MATA” e “Combate a doenças sexualmente transmissíveis (DST-AIDS)” como mencionou o companheiro Wilson Pereira dos Santos, diretor do STERIIISP e da FTTRESP com atuações sindicais junto a ITF.

“Minha participação na ITF foi incrível, pois as vivências e troca de experiencias me permitiu abrir os horizontes. Estou sempre à disposição”. E complementa. “Aos companheiros e companheiras peço que aproveitem ao máximo e somem conhecimentos para suas atividades positivas dentro da categoria”, destacou.




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