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INDÍGENAS DO TOCANTINS EXIGEM O DIREITO A TERRA, À SAÚDE, À EDUCAÇÃO E AO TRABALHO DECENTE!


20/09/2023

POVOS INDÍGENAS DO BRASIL

A Fogueira Digital do Tocantins, que ocorreu no dia 18 de setembro, no formato online, teve a participação de várias lideranças indígenas representadas por 13 etnias, e foi marcada por intensos debates e encaminhamentos de propostas às autoridades políticas municipais, estaduais e federais. Essa foi a última atividade do Projeto Fogueira Digital de 2023, realizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com o Instituto Solidarity Center (AFL-CIO), com a coordenação da Secretaria de Organização e Formação Político-sindical e da Secretaria Nacional dos Povos Indígenas.


Os povos indígenas que vivem no Tocantins (palavra indígena que significa “bico de tucano”), são compostos pelas etnias Xerente (povo Akwen), os Karajá, Javaé e Xambioá (povo Iny), os Apinajé (povo panhi) e os Krahô (povo Meri), Kanela, Kariú Kariri, Tapirapé, Avá-Canoeiro. Esses povos têm uma cultura rica e uma história de luta pela sobrevivência e mantêm rituais e festas com uma forte ligação com o seu passado



MESA DE ABERTURA: PROFESSORA LUCIANA NASCIMENTO, ENGENHEIRA CIVIL, CRISTINA PALMIERI, PROFESSOR ERLEDES DA SILVEIRA E A FILÓSOFA MARINA SILVA


Lamentavelmente, ao longo da história, esses povos sofrem inúmeros problemas, inclusive correndo o risco de serem extintos. São graves as questões relacionadas com a perda de seus territórios, do direito ao acesso à saúde, à educação e ao trabalho decente. As crianças indígenas são as principais vítimas que, sem acesso aos serviços públicos de saúde e sem encaminhamentos médicos, têm adoecido onde muitos vão a óbito por causa de doenças como pneumonia e infecção intestinal.


Outra grave questão, infelizmente, são as doenças mentais como a depressão e o alto índice de suicídio, causadas, principalmente, pelo fato de as comunidades serem impossibilitadas de viverem seu modo de vida tradicional, fora de seus habitats serenos e confiáveis, com as constantes ameaças as suas culturas e costumes, com o preconceito, a violência física e verbal, levando muitos indígenas a violentos processos autodestrutivos. 



CÁSSIA BUFELLI, VICE-PRESIDENTE DA UGT NACIONAL


A Ilha do Bananal, que é a maior ilha genuinamente fluvial do mundo, com aproximadamente 20 mil quilômetros quadrados, cercada pelos rios Araguaia e Javaés, é uma reserva ambiental brasileira, desde 1959, e reserva da biosfera da Unesco, desde 1993. Os títulos recebidos explicam o nível de preservação da fauna aquática e da flora da região, que abriga também o Parque Nacional do Araguaia. Nessas terras vivem cerca de quinze aldeias indígenas, dentre elas os Carajás (com nove subgrupos); os Javaés (com doze subgrupos); os Tapirapés, Tuxás e os Avá-Canoeiros, também conhecidos como Cara-Preta, que rejeitam contato com a civilização e com os demais indígenas das aldeias mais próximas.


NOSSO TERRITÓRIO NÃO É SÓ CHÃO E ÁRVORE

Durante os debates, foi possível ouvir os relatos emocionados das lideranças indígenas do Tocantins, como o da jovem indígena Kamutaya Avá-Canoeiro, “O território não é só o chão e as árvores, são também as nossas culturas e costumes. Não deixamos de ser indígenas por usarmos roupas e saber dirigir.” Ela ainda completa, “Nós não podemos deixar de ser o que somos.”



JOVEM INDÍGINA KAMUTAYA AVÁ-CANOEIRO/TO


A Educação Escolar Indígena deve ser, essencialmente, de responsabilidade da União (Governo Federal), evitando o desastre da municipalização, pois as prefeituras não têm condições de contratar profissionais capacitados para entender e falar as inúmeras línguas indígenas e compreender e respeitar suas crenças, culturas e costumes.  Por isso, é urgente a criação de Uma Secretaria responsável pela Educação Escolar Indígena, na estrutura do Ministério da Educação (MEC).


Não existe mercado de trabalho para a população indígena, criando as condições para muitos trabalhadores serem vítimas do trabalho análogo a escravidão. A falta de uma qualificação profissional, a dificuldade de falar e entender o português, a discriminação e o preconceito são algumas barreiras enfrentadas pelos trabalhadores indígenas. Uma saída para essa dura realidade, é a criação de uma política autossustentável, voltada para as populações indígenas, com ênfase na Agricultura Familiar, com financiamento para investirem no plantio e no pescado, esse último em abundância em todo estado.



JORNALISTA INDÍGENA, EDSON KAMBEBA/AM


As lideranças reafirmaram que a situação da saúde indígena é a mais preocupante, e carece de ter uma rápida solução, pois é cada vez maior o número de mortes, principalmente entre as crianças e os idosos. De imediato, a proposta é a criação de uma Regulação Específica para os Povos Indígenas, vinculada a estrutura do Ministério da Saúde, e a participação dessa população nos Conselhos de Saúde, sejam os Municipais, Estaduais ou Federal.



THELMA MILHOMEM BORGES, PRESIDENTE ESTADUAL DA UGT/TOCANTINS


Estavam presentes no evento: Cássia Bufelli, vice-presidente da UGT Nacional, Professor Erledes Elias da Silveira, representando o Secretário de Organização e Formação Político-sindical, Chiquinho Pereira; o Secretário para Assuntos dos Povos Indígenas da UGT, Idjawala Rosa Karajá; da Presidente Estadual da UGT/Tocantins, Thelma Milhomen Borges; do Secretário Estadual Indígena da UGT Tocantins, Markin karajá; Jornalista indígena, Edson Kambeba; entre outras lideranças populares e autoridades políticas.



MARKIN KARAJÁ, SECRETÁRIO ESTADUAL PARA ASSUNTOS INDÍGENA DA UGT/TOCANTINS



PEDRINHA LASMAR, DIRIGENTE DA UGT/AMAZONAS



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