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FOGUEIRA DIGITAL: INDÍGENAS DO CEARÁ LUTAM PELA SUA EXISTÊNCIA E SOBREVIVÊNCIA!


04/08/2023

CACIQUE GARCIA, DA ETNIA KIXARÁ TAPUIA

Dando continuidade ao Projeto Fogueiras Digitais, da UGT em parceria com o Instituto Solidarity Center, coordenado pelas Secretarias de Organização e Formação Político-sindical e pela Secretaria Nacional dos Povos Indígenas, foi realizada, no dia 02/08, a Fogueira com lideranças indígenas do estado do Ceará, com a inscrição de várias etnias: Tremembé, Pitaguary, kixara-tapuia, kariu-kariri, do Ceará; Kokama, e Kambeba do Amazonas; Guarani -kayowa e Terena do Mato Grosso do Sul; e Purupuru e Karaja do Tocantins.


Com o objetivo de organizar, coordenar e atuar para defender os povos indígenas em suas diversas pautas, o Projeto das FOGUEIRAS DIGITAIS, visa, entre outras questões, formalizar quatro propostas de Políticas Públicas voltadas aos trabalhadores/as indígenas, nos estados do Tocantins, Ceará, Mato Grosso do Sul e Amazonas. Essas oficinas resultarão em, pelo menos, uma Ação de Advocacy de Políticas Públicas, que serão encaminhadas às autoridades Municipais, Estaduais e Federal.


Segundo os resultados do último Censo Demográfico do IBGE realizado em 2022, a população indígena brasileira passa de mais de 1.652.876, com 305 etnias e 274 línguas indígenas, numa realidade onde mais de 500 mil vivem nas periferias das cidades, expulsos de suas terras seja pelo latifúndio, pelos grileiros ou pela especulação imobiliária.


“1863: o ano em que um decreto - que nunca existiu - extinguiu uma população indígena que nunca deixou de existir”, Ticiana O. Antunes


Mesmo com esse resultado do Censo do IBGE de 2022, é chocante a realidade da população indígena do estado do Ceará, que desde o ano de 1863, através de Decreto assinado pelo então presidente da Província do Ceará, José Bento da Cunha Figueiredo, declarando à Assembleia Legislativa que a população indígena cearense estava extinta. Por mais de 100 anos da história oficial do Ceará, os povos indígenas que habitam aquele estado vivenciam um processo de recuperação étnica desde a década de 1970. E só em 14 de maio de 2012, é que ocorreu uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Ceará para discutir o tal Decreto ou Relatório Provincial de 1863.


“Expulsos de nossas Terras, Somos Obrigados a Sobreviver nas Periferias das Grandes cidades”, Cacique Garcia, da etnia Kixará Tapuia


Obrigados a viverem nas periferias das grandes cidades, a população indígena do Ceará tem sofrido com a falta de acesso à saúde, educação, moradia, com o desemprego e com a falta de segurança alimentar. Muitos são obrigados a perambularem pelas cidades das regiões do Sertão, preocupados com a falta de segurança, onde, principalmente, as crianças e adolescentes ficam expostos às drogas.


O relato do Cacique Garcia, da etnia Kixará Tapuia e do Secretário Estadual Indígena da UGT Ceará, Adaias Bezerra Pitaguary, da etnia Pitaguary provocou grande indignação e revolta aos participantes do evento. Segundo informações dadas por eles, além de terem sido declarados extintos, muitos foram expulsos de suas terras, sendo obrigados a viverem numa luta constante para defender seus territórios. É o que está ocorrendo atualmente com os Kixará Tapuia, expulsos pelo Estado da Fazenda Normal, que fica em território indígena, e enquanto a situação não se resolve, vivem perambulando nas áreas urbanas das cidades do Sertão Central. Para eles, a luta pela devolução de suas terras é a defesa de suas culturas, do direito agricultura indígena, de suas plantações e criações.   


No Ato de Abertura, Ricardo Patah, presidente da UGT; Chiquinho Pereira, Secretário de Organização e Formação Político-sindical; Canindé Pegado, Secretário Geral da Central e Nindberg Barbosa dos Santos, Presidente da UGT/Amazonas fizeram questão de ressaltar que as lutas enfrentadas pela população indígena brasileira devem ser enfrentadas por todos os trabalhadores e trabalhadoras do país. Para eles, é fundamental que o Movimento Sindical, através das Centrais, mobilize as categorias nessas lutas, em especial a luta contra o Marco Temporal que, se aprovada no Congresso Nacional, colocará grande parte da população indígena em situação de extrema miséria e, consequentemente, sua extinção.

 

Suely Torres



 INDÍGENAS DO BRASIL


RICARDO PATAH - PRESIDENTE DA UGT


ERLEDES DA SILVEIRA - CHIQUINHO PEREIRA E CANINDÉ PEGADO



ALGUNS PARTICIPANTES DA FOGUEIRA ONLINE



MARINA SILVE E ERLEDES DA SILVEIRA






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