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INDÍGENAS DO AMAZONAS: NÃO TEMOS DIREITO À EDUCAÇÃO, SAÚDE, EMPREGO E SEGURANÇA


27/06/2023

INDÍGENAS DO AMAZONAS: NÃO TEMOS DIREITO À EDUCAÇÃO, SAÚDE, EMPREGO E SEGURANÇA

A Fogueira Digital realizada em Manaus/AM, foi rica em relatos e experiências expostas pelas lideranças indígenas dos estados do Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Pará, Roraima, e São Paulo, das etnias Karajá, Pitaguary, guarani Kayowa, Terena, Kokama, Mura, Tikuna, Kambeba, Kulina, Tukano, Munduruku, Xavante, Bare, além da presença de um Afrodescendente, um Afro-indígena e três indígenas da etnia Warao, da Venezuela.


Essa importante atividade realizada pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com o Instituto Solidarity Center, por meio da Secretaria de Organização e Formação Político Sindical e da Secretaria Nacional dos Povos Indígenas, busca, entre outras questões, formalizar propostas de Políticas Públicas voltadas aos trabalhadores/as indígenas. Essa atividade, também visa estabelecer o Diálogo Social junto as esferas Públicas, sejam elas Regionais e/ou Nacional.


A NOSSA LUTA PELO DIREITO À VIDA É CONSTANTE!

As lideranças indígenas, das diversas etnias presentes relataram inúmeras dificuldades de sobrevivência como a Ausência de Escolas próximo as aldeias, e as poucas existentes não têm conteúdo programático voltado à realidade dos povos indígenas. Além disso, os municípios, através de suas prefeituras, não têm qualquer respeito pela formação acadêmica dos professores que contratam e, lamentavelmente, os colocam para ensinar uma matéria totalmente desconhecida pelo profissional, que fica sem qualquer condição para exercer suas funções. O pior é que penalizam o próprio professor, com afastamentos ou demissões. Isso caracteriza um total desprezo pelos poderes locais com o Direito à Educação desses povos.


Outro ponto debatido foi a situação ou a falta de Acesso à Saúde. Todos os líderes relataram a falta de postos de saúde próximos as aldeias, e mesmo os que existem nos Centros Urbanos não são capacitados para cuidar da saúde indígena, dificultando o diagnóstico e tratamento das doenças, fator que contribui, tristemente, para os números crescentes de óbitos, principalmente de crianças.


A falta de Segurança dos povos indígenas, principalmente nas calhas dos rios e nas aldeias é outro importante desafio de sobrevivência. O narcotráfico nas diversas regiões, principalmente nos estados do norte do país, é uma ameaça à vida desses povos, particularmente para as mulheres indígenas, as quais sofrem agressões e muitas vezes são estupradas e até raptadas para servir os traficantes. Isso para não falar dos garimpeiros que invadem aldeias, matam e escravizam principalmente as indígenas adolescentes.


TIRAM NOSSAS TERRAS, DESTROEM NOSSA CULTURA E COSTUMES

Outra questão debatida diz respeito ao direito a Terra. Infelizmente, todas as lideranças indígenas presentes relatam a preocupação com os invasores de suas terras, seja pelos agricultores, empresas de mineração ou pela pecuária. Muitos territórios, apesar de já demarcados, são invadidos e, terrivelmente, quando os verdadeiros donos, que são os indígenas, resolvem reclamar ou reivindicar seus direitos territoriais são recebidos a bala pelos jagunços contratados por esses invasores. A luta contra o Marco Temporal, Projeto de Lei que está em tramitação no Congresso Nacional, é de todas as Nações Indígenas existentes no Brasil.


O direito ao Trabalho ou Emprego descente praticamente não existe. Os adultos, e até mesmo os jovens em formação, são submetidos ao trabalho análogo à escravidão por empresas inescrupulosas, que aproveitam tais dificuldades para ampliar seus lucros. As principais dificuldades que os indígenas têm para uma colocação no mercado de trabalho são a total falta de Qualificação Profissional, pois não existem qualquer educação voltada para atender esses trabalhadores; o Preconceito da população não indígena, das empresas que, muitas vezes, realizam atividades dentro das aldeias, mas ignoram a mão de obra local, levando seus próprios funcionários.


Infelizmente, os relatos e as experiências de sobrevivência desses povos são revoltantes e alarmantes. As injustiças praticadas pelas Empresas, por parte da população branca e pelo próprio Estado brasileiro tem colocado em risco a existência de inúmeras etnias. As invasões de suas terras, a falta de Políticas Públicas que atendam as necessidades básicas dessas populações, têm causado a morte, a fome, o desemprego, a desproteção e, mais grave, o extermínio de suas culturas, crenças e costumes.


Neste sentido, o principal objetivo das Fogueiras Digitais é ouvir as necessidades dessas lideranças e elaborar um Documentos com Propostas de Políticas Públicas, reivindicando soluções imediatas que garantam melhores condições de vida para nossos povos originários. Esses Documentos serão entregues as autoridades políticas dos Municípios, Estados e Federação.


Registramos, ainda, as presenças de importantes lideranças sindicais do Brasil no Ato de Abertura da Fogueira Digital do Amazonas, como o Presidente Nacional da UGT, Ricardo Patah; do Presidente do Conlutas e dirigente do PSTU, Zé Maria; do Secretário Nacional do Povos Indígenas da UGT, Idjawala Carajá; do Coordenador Executivo de Formação da UGT, Erledes Elias da Silveira, representando o Secretário de Organização e Formação Político-sindical, Chiquinho Pereira;  da Coordenadora do Projeto Fogueiras Digitais, Filósofa Marina Silva; dos Presidentes Estaduais da UGT de Tocantins e do Mato Grosso do Sul; e dos Secretários Indígenas da UGT do Ceará, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Amazonas.

 

Suely Torres



SINDICALISTAS E LIDERANÇAS INDÍGENAS DEBATEM SOBRE OS DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS


CANTORA INDÍGENA, CLÁUDIA TIKUNA, CANTOU O HINO NACIONAL, NA LÍNGUA DE SUA ETNIA


PROFESSOR ERLEDES E CRISTINA PALMIERI CONDUZINDO OS DEBATES


A FILÓSOFA, MARINA SILVA, EM SUA EXPOSIÇÃO SOBRE OS OBJETIVOS DAS FOGUEIRAS DIGITAIS


CACIQUES E LIDERANÇAS INDÍGINAS RETORNANDO PARA SUAS ALDEIAS, NO MUNICÍPIO DE AUTAZES/AM, APÓS PARTICIPAREM DA FOGUEIRA DIGITAL EM MANAUS




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