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Conferência de Gênero e Raça da UGT finaliza com propostas para criação de duas novas secretarias


27/03/2014

Raízes da cultura africana encerram a Conferência de Gênero e Raça da UGT, mostrando que a mulher é forte e tem seu valor

 

Nesta quinta-feira, 27/03, chegou ao fim a “II Conferência Nacional de Gênero e Raça da UGT”, realizada no Hotel Terras Altas, em Itapecerica da Serra, SP. Foi traçado um Planejamento Estratégico para as Secretarias da Mulher e Diversidade Humana da central, construído junto aos avanços e resoluções da I Conferência e levantados os desafios a enfrentar. Entre os assuntos destacados, a proposta de criar as Secretarias Nacionais de LGBT e do Trabalhador e Trabalhadora Domésticos.

 

Em yorubá (dialeto africano), foi mostrado que é a mulher quem gera a vida aos seres humanos, ressaltando que ela é a inteligência da Terra e que sem a mulher o homem não é completo. Portanto, a mulher é capaz de reconquistar sua liderança em todos os espaços que ocupar e sua presença, seja no trabalho ou em casa, é muito importante.

 

Do resultado dos dois dias de debates e unindo o que já vinha da Conferência passada, os participantes se reuniram para levantar ações que seriam adequadas implantar à base sindical de cada um, para garantir a autonomia econômica, política e sindical; o que fazer para enfrentar as formas de violência contra as mulheres e de discriminação contra os negros e LGBT. A partir dessas atividades foram consolidadas propostas gerais, regionais e locais.

 

A questão da violência à mulher e a necessidade de atentar à questão da raça negra conquistou avanços na Conferência. Cássia Bufelli explica que este documento com propostas levantadas na Conferência será encaminhado aos presidentes das UGTs Estaduais, para que possam, em Assembleia, criar uma proposta geral da UGT, que seja votada no 3o Congresso da central, para colaborar com políticas públicas e ações privadas.

 

São diversas as causas que a UGT poderia engajar no governo e incentivar as instituições privadas. Para Cássia, é preciso pensar as políticas de estado e se fazer além de campanhas nacionais, audiências públicas.

 

Como exemplos: o vagão rosa nos trens e metrôs para acabar com o constrangimento e violência às mulheres que são assediadas no trajeto casa-trabalho e cada empresa colocar em seus programas a construção de creches, como forma de adequar o horário da mãe trabalhadora e possibilitar à mulher conquistar cargos de representatividade e não exerça apenas profissões secundárias.

 

Um movimento sindical mais atuante – junto aos trabalhadores, no mercado de trabalho e escolas -, com material de apoio, atenção ao trabalho informal, grupo de trabalho voltado para as domésticas, igualdade salarial e políticas reparatórias – as centrais fomentarem política púbica com relação a questão de superação de raça, sexual e gênero foram itens de destaque das atividades, que terão andamento.

 

Esteve presente Cristina Rezende, representando Netinho De Paula, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial. “Aqui temos varias lutas, a das mulheres, mulheres negras e trabalhadores e trabalhadoras, uma força que impulsiona a vontade trabalhar em prol da nossa raça e pessoas que estão na periferia. Diante das nossas conquistas, não podemos só nos regozijar e continuar lutando. Temos que resgatar as questão de família, onde podemos começar a acabar com a situação que nos deparamos hoje. E em nome do Movimento Negro e da Secretaria de Promoção da Igualdade racial, a nossa luta é muito importante e tem muito a caminhar”, finaliza.

 

Mariana Veltri – imprensa UGT / Fotos: FH Mendes

 

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