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UGT apoia ação do Sindicato dos Atletas contra o Corinthians


07/03/2014

O Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo (SAPESP), entidade filiada a União Geral dos Trabalhadores (UGT), entrou com uma ação na Justiça do Trabalho, nesta quinta-feira (06) contra o Sport Club Corinthians Paulista por quebra de condições básicas no ambiente de trabalho, falta de segurança e constrangimento.

 

A ação foi motivada por conta da invasão de mais de cem torcedores ao CT do clube, que aconteceu em 1º de fevereiro e consiste em dois itens: assédio moral com agravo de atentado aos atletas e insegurança no ambiente de trabalho.O sindicato, em nome dos atletas, quer receber do Corinthians 6 milhões para dividir entre os 30 jogadores (200 mil reais para cada), que estavam no treino, portanto em horário de trabalho, na hora da invasão. O treinador Mano Menezes e os demais integrantes da Comissão Técnica não fazem parte da ação por pertencerem a outro sindicato.

 

"Há tempos que vimos esclarecendo que o principal responsável pela segurança dos atletas é o clube empregador, que tem, obrigatoriamente, que dar todas as condições para o desenvolvimento do trabalho sem nenhuma forma de assédio", esclarece  Reinaldo José Martotelli, presidente do SAPESP.  

 

Segundo Washington Rodrigues de Oliveira, advogado do Sindicato, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o clube tem uma relação fraternal com as torcidas organizadas, por esse motivo o Corinthians não pode ser considerado vítima. “A ideia inicial era que fosse proposta uma ação civil pública pelo Ministério Público do Trabalho, mas por conta da relação das entidades, o ato não foi praticado por terceiros. O Corinthians não foi vítima da invasão e sim de suas escolhas e os atletas se tornam vítimas dessa situação,” explica.

 

Segundo levantamento feito pelo Sindicato, no site oficial do clube existe mais de 500 textos relacionados às torcidas organizadas em que informam sobre processos eleitorais, festas e eventos.

 

Ricardo Patah, presidente da UGT, garantiu ao sindicato dos atletas todo apoio. A central sindical, de acordo com, Patah, esta acompanhando de perto todo os acontecimento e, inclusive, vai levar o caso ao Ministério do Trabalho, pedindo ao órgão rigor na fiscalização dos clubes, principalmente na relação trabalhista entre os atletas e a agremiação. " Sabemos que existe muitos contratos onde o trabalhador recebe por fora, não constando todo o seu salário na Carteira Profissional. Isso acaba causando enorme prejuízo ao atleta, que não tem recolhido devidamente seu FGTS e quando deixa a clube amarga enormes prejuízos". O sindicalista afirmou que o caso do Corinthians é lamentável e revela uma relação umbilical entre clube e torcida organiza. Por essa razão o Corinthians não é vítima, mas ao apoiar as organizadas contribuiu para a invasão e agressão aos jogadores. 

 

Em nota oficial, o Sindicato deixa claro que um dos fatores principais do ocorrido, foi ocasionado pela relação harmoniosa havida entre o Clube e as torcidas organizadas e que está é uma questão que necessita de mudanças urgentes.

 

Em um dos trechos da ação, ao tratar dessa relação, o Sindicato enfatiza que: “O réu é vítima, apenas, de suas escolhas! Os atletas, entretanto, são vítimas das escolhas do réu”.

 

“A Ação é uma medida do sindicato, da categoria. Quem sabe, com uma decisão favorável, a partir de agora, conseguiremos mudar esse quadro e tornar os clubes mais ciosos de suas responsabilidades. Precisamos encontrar nosso divisor de águas no quesito da segurança do trabalho antes que aconteça alguma tragédia,” conclui Martorelli.

 


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