22/01/2014
Com gritos de guerra como "Trabalhador unido, jamais será vencido" , bandeiras e faixas, cerca de 200 pessoas participaram, na manhã desta quarta-feira, 22, do ato promovido pelas centrais sindicais União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical e CSP Conlutas em apoio e solidariedade aos trabalhadores da Nissan do Mississipi (EUA).
A manifestação aconteceu em frente a concessionária Leauto Nissan, em Botafogo, Zona Sul do Rio, tendo como objetivo tornar públicas as práticas antissindicais adotadas pela montadora naquela região. Da mesma forma, a violação dos direitos humanos e trabalhistas dos empregados, 80% deles afro-americanos, impedidos de se organizar em sindicatos.
Este foi o quinto ato realizado no Brasil a partir da campanha mundial lançada no país em 2013 pela United Auto Workers (UAW), entidade sindical norte-americana que vem encontrando resistência para a representação dos trabalhados das montadoras.
Presidente nacional da UGT, Ricardo Patah reforçou a importância da solidariedade num país que tem muitas empresas multinacionais. "Se não tivermos cuidado, vamos ter aqui um capital selvagem cada vez mais ampliado", afirmou ele, criticando o fato de o presidente mundial da Nissan ser brasileiro e comentando, ainda, as represálias sofridas pelo líder dos trabalhadores da montadora, Chip Well, que se pronunciou favoravelmente aos sindicatos em rede nacional de televisão.
"Estamos reivindicando um dia melhor para os trabalhadores da Nissan do Mississipi, nos Estados Unidos. Por isso, este ato de repúdio ao tratamento que é dado a eles ", esclareceu Nilson Duarte Costa, presidente da UGT do Rio de Janeiro (UGT-RJ). " É um absurdo a Nissan não permitir que os trabalhadores não tenham seu sindicato, bem como seus direitos garantidos. Justamente os Estados Unidos que se dizem democráticos", acrescentou.
Presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Otton Mata Roma também se pronunciou em nome dos 12 milhões comerciários brasileiros. "A Nissan trata seus trabalhadores com descaso em nome do lucro desnecessário que suga o sangue humano e que procura disseminar para o mundo inteiro sua política antissindical", declarou Mata Roma. "Como trabalhadores que somos, num país democrático onde a ação sindical é forte, não podemos permitir que aquele que se diz o maior país democrático do mundo tenha esse tipo de postura", concluiu.
UGT - União Geral dos Trabalhadores