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UGT exige punição para a barbárie no Maranhão


14/01/2014

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Nação estão perplexas com a barbárie ocorrida no Presidio de Pedrinhas, em São Luiz, Maranhão. Os atos revelam aquilo que muitos de nós já desconfiávamos o Estado não está presente dentro dos presídios brasileiros.  E o pior, é uma demonstração de que a segurança do Maranhão sofre de uma doença grave: a oligarquia da família Sarney fez com que a violência ganhasse contornos macabros.

 

Infelizmente, a situação no complexo penitenciário de Pedrinhas, em São Luiz, não é nova: desde 2007, o presídio já registrou a morte de 171 presos. Só em 2013, foram 60 mortos e 169 fugas. Em 2010, uma rebelião de quase 30 horas acabou com 18 mortos, três decapitados. Em outubro de 2013, nove presos foram mortos e 30 ficaram feridos. A Casa de Detenção ficou destruída e os presos tiveram que ficar em tendas improvisadas no pátio. Agora, em dezembro, um motim no centro de detenção provisória acabou com quatro mortos, três deles foram decapitados.

 

A superlotação em Pedrinhas, que chega a 23% a mais do que a sua capacidade, é um dos maiores motivos dessa violência, mas não é o único. Não há agentes penitenciários em número suficiente para manter a ordem e fazer as revistas necessárias. Assim o presídio acaba sendo dominado por duas facções, Primeiro Comando do Maranhão e Bonde dos 40.

  

E qual seria a explicação para tanta violência, que se reflete também fora dos muros do presídio? Certamente uma das respostas está no fato de a Secretaria de Administração Penitenciária do Maranhão ter contratado a empresa Atlântica Segurança para atuar nos presídios. Essa empresa pertence a Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, ex-sócio de Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney. Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Maranhão, a terceirização do sistema carcerário é um dos grandes problemas nos presídios, pois esses funcionários não recebem o mesmo treinamento dos agentes concursados.

 

Anos de exploração, miséria, péssimo uso do dinheiro público e a hegemonia da família Sarney no governo, que sempre tratou o estado como propriedade sua e, por isso mesmo, se utilizou da maneira que quis de seus recursos, retratam bem a situação de penúria em que vivem os maranhenses. Transformaram o Estado em um feudo e com isso, levaram o Maranhão a ter o segundo pior PIB per capita e também o segundo IDH regional do País.

 

A Nação está indignada com a barbárie no Maranhão. O Mundo pede uma solução e a ONU clama por uma ação urgente para se evitar tantas mortes. A União Geral dos Trabalhadores, que representa mais de 7,5 milhões de trabalhadores no Brasil, milhares deles no Maranhão, exige punição exemplar aos culpados e tem certeza de que eles não estão dentro dos presídios, mas são conhecidos de todos nós e, enquanto o terror assola nas carceragens de São Luiz, os jornais publicam editais para compra de lagostas, camarões, caviar e sorvetes entre outras refinadas iguarias para abastecer a mesa farta de quem deveria ter uma olhar social e justo para a miséria daqueles que estão sob a responsabilidade do Estado.

 

 


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