11/12/2013
O Fórum Mundial dos Direitos Humanos (FMDH) teve início nessa terça-feira, 10/12, em Brasília, quando foram comemorados os 65 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. No final do primeiro dia de atividades, o presidente da República em exercício Michel Temer, participou da abertura oficial do FMDH, ao lado da ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário Nunes, que possibilitou a organização deste primeiro Fórum de âmbito internacional. Rildo Marques (Movimento Nacional dos Direito Humanos) também esteve presente ao lado de outras autoridades e representantes de movimentos sociais.
Michel Temer registrou a alegria cívica em um evento deste porte ser realizado na capital brasileira e a importância da data da Declaração Universal dos Direitos Humanos, embora tenha ressaltado que para o Brasil, a prática mais freqüente dos direitos humanos, tenha se dado de 25 anos para cá, “quando restauramos a democracia no nosso País, por meio da Constituição brasileira”.
“Nós ganhamos uma força extraordinária no combate a todo e qualquer sectarismo. E não é sem razão, que ao longo destes últimos tempos, com a presença muito forte nos últimos governos, estamos ampliando cada vez mais a preservação e até a ampliação dos direitos individuais dos direitos humanos. Impedindo qualquer rotulação referente à raça, credo religioso, à opção sexual, à qualquer outra hipótese que seja detrimentos, deletéria ou prejudicial aos direitos humanos”, frisa Temer.
Dada a importância temática da realização desse primeiro Fórum, o presidente em exercício sugeriu que Maria do Rosário encabece reuniões anuais para este Fórum. “Posso atestar enquanto estou no governo – que o Brasil seria uma espécie de patrocinador deste encontro ao lado do país que sediar esse encontro internacional de direitos humanos”, destacou. Para Temer, a grande lição de Mandela foi, depois de 27 anos de prisão, saber unir ainda mais os povos, sem alimentar ódio ou sectarismo, e finalizou com a frase do líder africano e mundial: “Salve os direitos humanos e não se deixe, nunca, que eles caiam por terra”.
Maria do Rosário Nunes destacou o compromisso do governo brasileiro em assumir a pauta dos direitos humanos em sua agenda. “Diante de um cenário global, onde devemos nos irmanar com ainda mais força, é preciso dizer, que para cumprirmos a missão da transição democrática inacabada do Brasil, temos que responder pelas mortes, as circunstâncias e as responsabilidades daqueles que usaram o poder como terrorismo de estado da nossa nação”, expõe a ministra ao lembrar de grandes líderes que lutaram por florestas, tribos, terras, ditaduras e lutas carcerárias e acabaram mortos devido a tanta opressão.
“Esse Fórum é a marca de que a democracia se renova, se fortalece e encontra novas formas de organização, novos caminhos para fazer valer a sua caminhada, para expandir-se como direito a todos os brasileiros e brasileiras, a todos os latino americanos, africanos, a todos os povos do mundo e especialmente a todos aqueles que vivem a marca da opressão ao redor do mundo, ainda neste período contemporâneo”, ressalta dizendo que o Brasil deve resposta àqueles familiares de que perdeu entes familiares torturados ou que sofreram qualquer tipo de violência.
“E assumir a nossa parte significa estar aqui com vocês, com os governos de estados, dos municípios, mas principalmente com os movimentos sociais, com a força de um povo. E que esse povo, com todo seu sotaque, seu jeito de ser, todos os seus gêneros, seus jeitos de vestir, e falar e de se expressar, este povo brasileiro recebe os povos do mundo, recebe este Fórum Mundial de Direitos Humanos, acreditando que aqui damos os primeiros passos e uma longa jornada, que se chama Mandela, que já se chama Chico Mendes, que se chama Dorothy Stang que tem o nome de cada um, para fazermos do Brasil, do continente e do mundo, um lugar onde a Declaração Universal dos Direitos Humanos tenha valor efetivo e mude sempre e cada vez mais para melhorar a vida das pessoas e do mundo”, finaliza Rosário.
Para Rildo Marques, não devemos recuar nos direitos que conquistamos. “A defesa da vida e dignidade da pessoa humana é elementar para a democracia. Que o sistema nacional de direitos humanos possa ser instrumento para a reforma política aos direitos humanos. A luta pelos direitos humanos e a nossa causa é que vale a pena”, encerra.
Mariana Veltri – imprensa UGT
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