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Seminário comemorativo proporciona ampliação de conhecimentos e ingredientes culturais

Com palestras altamente informativas e esclarecedoras acerca de questões ainda desconhecidas pelas lideranças sindicais, o Seminário 5 Anos de UGT-RJ, nos dias 26 e 27 últimos, revelou-se uma oportunidade ímpar de promoção do conhecimento, de expressão da cultura e de confraternização.

 

“O seminário de uma forma geral foi muito positivo, com a discussão de temas relevantes e de grande contribuição para o fortalecimento das lutas sindicais”, ressalta o presidente da União Geral dos Trabalhadores do Rio (UGT-RJ), Nilson Duarte Costa, reforçando anúncio feito sobre a promoção do Curso de Oratória, previsto para a segunda quinzena de janeiro de 2014.

 

Representando o prefeito Eduardo Paes, o secretário municipal de Trabalho e Renda, Augusto Ribeiro esteve na Cerimônia de Abertura. Há cinco anos na SMTE, ele afirmou que vem acompanhando a evolução entidade. “A UGT é a central que mais tem crescido no estado”, disse ele, revelando acreditar que os sindicatos podem transformar a sociedade: “Precisamos evoluir e acho que tendo os sindicatos como representantes da população vamos conseguir transformações”.

O seminário também foi prestigiado pelo presidente nacional da UGT, Ricardo Patah; pelo presidente da Força Sindical do Rio, Francisco Dal Plá; pelo presidente da UGT de Minas Gerais, Wagner Francisco Alves Pereira; pela presidente do Sindicato dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado do Rio (SINDSERVTCRJ), Francisca Talarico; e pelo atleta apoiado pela UGT-RJ, o lutador de Jiu-Jitsu Eduardo Barboza, na ocasião homenageado pelos presidentes Nilson e Patah. Além destes, os ugetistas Manoel Martins Meireles e Luciano David de Araújo, que atuaram como mediadores.

 

Fiel defensor dos direitos da mulher, Ricardo Patah abriu seu discurso, no segundo dia de evento, parabenizando a gestão Nilson Duarte Costa, seguindo com um “Viva a Mulher”.

“O Rio de Janeiro, do ponto de vista macroeconômico e social, deu um salto em junho com as manifestações. Foi um alerta geral. Temos que aproveitar esse momento para irmos às ruas. Temos que aproveitar também a visita do Papa Francisco que nos deu uma lição de humildade”, sugeriu.

Patah criticou o Artigo 4º do PL 4.330. “Não somos contra a terceirização, mas contra a precarização. A elite brasileira quer precarizar, tirar direitos”, concluiu ele, vislumbrando um Brasil rico, “com uma classe média que tenha acesso às questões fundamentais.

 

O seminário comemorativo dos cinco anos de fundação da UGT do Rio foi marcado, ainda, pela apresentação de um grupo de atores que, dirigidos pelo ator e diretor de espetáculos, Délcio Marinho, apresentou um uma leitura dramática do Manifesto de Fundação da central. Um espetáculo emocionante e que envolveu a todos os participantes.

 

O ENTENDIMENTO DA CENTRAL SOBRE O RECADO DAS RUAS

 

Foram dois dias intensos com palestras entremeadas com atividades culturais (música, teatro e dança). Um dos palestrantes, o secretário geral da UGT nacional, Canindé Pegado falou sobre a evolução do movimento sindical. Segundo ele, a unidade entre as centrais tem fortalecido as discussões da classe trabalhadora resultando em conquistas. No entanto, ele sinalizou a existência de pontos de não acordo entre as mesmas.

 

Pegado comentou o poder de barganha das centrais sindicais uma vez que podem agir em nome das entidades.  "Mas não adianta ter legitimidade sem que sejamos atuantes e proativos para que sejamos reconhecidos”, salientou.

 

Questionado sobre o entendimento da central sobre o recado das ruas, ele ressaltou que a ação sindical não deve estar separada do movimento político. “Quanto mais força política, mais poderemos participar da ação institucional do país”, garantiu ele, lembrando que a força das ruas conseguiu com que o Congresso Nacional  discutisse, em 48 horas, temas como a regulamentação do trabalho doméstico, o direcionamento de 75% dos royalties do petróleo para a educação e a saúde, a PEC 37,  e a Lei do Ato Médico, dentre outros.

 

FORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO SINDICAL

 

Despertar os dirigentes para a importância de se buscar um contínuo conhecimento. Formar novos quadros para o exercício da direção das entidades sindicais. Entender o processo de comunicação. Estes foram os objetivos apresentados pelo professor Erledes Silveira ao abrir as palestras cujos temas foram a Formação Político-Sindical e a Comunicação Sindical.

 

“Nós, trabalhadores, temos que buscar meios para segurar nossas conquistas, A transformação se dá através da luta sindical”, salientou. De forma descontraída, o educador citou pensadores como o revolucionário socialista Karl Marx, o dramaturgo Bertold Brecht e o também educador Paulo Freire, dando, em poucas horas, uma verdadeira aula de educação sindical provocando a reflexão de todos a partir de questionamentos como: que missão temos enquanto entidades sindicais, que sociedade queremos construir, o que é ser sindicalista, o que torna o sindicato forte, atuante e independente, qual o nosso conceito de educação.

 

A comunicação e a oratória foram discussões traçadas por Erledes. Para ele, as entidades sindicais precisam ter novas formas de se comunicar com os trabalhadores e com a sociedade. Na sua visão, o tripé do sucesso da comunicação compreende diretoria, jornalista e militância.

 

SINDICALISMO INTERNACIONAL: IMIGRAÇÃO E MERCOSUL

 

Secretário de Políticas Públicas da UGT, Valdir Vicente de Barros falou sobre a evolução do movimento sindical, inicialmente concebido com um viés ideológico pautado na defesa dos sindicatos.

 

 “Muitas vezes não temos ideia da grandeza do sindicalismo. Hoje, existe uma solidariedade entre os sindicatos de todo o mundo”, afirmou Barros que também enfatizou a importância do tratamento digno e humano aos estrangeiros que vivem no país, contribuem para a economia, sem possuírem, portanto, uma política de proteção e garantia de seus direitos.
 
Valdir Vicente é membro do Fórum Consultivo Econômico-Social do Mercosul, órgão consultivo constituído no Protocolo de Ouro Preto que  representa os setores da economia e da sociedade.  Segundo ele, a participação dos movimentos sociais no Mercosul tornou-se possível graças ao programa Mercosul Social e Participativo que abrange ações culturais, educativas, sociais e produtivas.

 

REPRESENTAÇÃO NOS ÓRGÃOS DA SOCIEDADE CIVIL

 

Da legislação trabalhista produzida no país após a Revolução de 1930, passando pela aprovação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1943 até os dias atuais, o secretário Jurídico da UGT-RJ, Claudio Fernandes Rocha, traçou um panorama das contínuas conquistas obtidas pela classe trabalhadora.

 

Ao discursar sobre a importância da representação e participação do Movimento Sindical nas organizações da sociedade civil, Rocha elencou os ugetistas que integram uma extensa lista conselhos, federações, comissões, fóruns e espaços de discussão dos direitos trabalhistas.

Segundo Claudio Rocha, existe disponível uma literatura que aborde o conjunto de conquistas resultantes das lutas sindicais. “O Movimento Sindical está excluído das páginas da história do nosso Brasil”, lamentou ele.

 

Fonte: UGT Rio de Janeiro