18/09/2013
O PSB oficializou nesta quarta-feira sua saída do governo Dilma Rousseff. Após reunião extraordinária da Executiva nacional do partido, em Brasília, ficou decidido que a sigla entregará todos os cargos no primeiro escalão do governo federal – os ministros Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional), licenciado por motivo de saúde, e Leônidas Cristino (Secretaria de Portos), portanto, deixarão os cargos. O encontro desta quarta foi convocado pelo presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos – possível candidato à Presidência da República nas eleições de 2014.
Campos explicou que a entrega dos cargos está sendo discutida desde junho, quando começou a onda de manifestações pelo país. A proposta foi levantada durante reunião da direção nacional, em Pernambuco, mas os peessebistas optaram por esperar. "Naquela oportunidade, houve a proposta de entregarmos os cargos para começarmos uma reforma ministerial, inclusive com a redução de ministérios. Mas nós argumentamos que não poderíamos fazer isso com a presidente Dilma em um momento delicado", afirmou o governador de Pernambuco.
Um dos atingidos pela decisão da Executiva do PSB, o ministro da Integração, Fernando Bezerra, diz não ter pressa para deixar o cargo. "Vamos aguardar a orientação da presidente", afirmou, sem dar prazos de quando desembarca da pasta. Bezerra quer conversar com Dilma ainda nesta tarde e antecipa que, se o encontro acontecer, vai agradecer à presidente pelo tempo no qual esteve na pasta.
O PSB se antecipou ao Planalto, que pretendia demitir os ministros. A sigla também deve sair das diretorias ministeriais e da presidência da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). O partido deve manter, porém, apoio ao governo no Congresso Nacional.
"Mesmo quando estivemos na oposição, o PSB nunca foi irresponsável e abandonou pautas importantes ao povo e à sociedade. Nós não vamos estar na Esplanada [dos Ministérios], mas as pautas que mereçam mérito terão nosso apoio", disse o líder do partido na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).
Na terça-feira, Campos dissera: "Os cargos nunca precederam nem orientaram a aliança que fizemos há mais de dez anos com a frente política que está no poder. Nossa relação com os governos de Lula e de Dilma sempre foi de apoio desinteressado". Integrantes do PSB lembraram em almoço na ocasião que, em janeiro de 2012, o ministro Fernando Bezerra procurou Dilma para falar da sua decisão de sair. A presidente não aceitou o pedido de demissão. O PSB então divulgou nota dizendo que permanecia no governo, mas não por causa dos cargos.
Desde maio, líderes do PSB reclamam abertamente que integrantes do governo Dilma tentam minar a candidatura de Eduardo Campos. Governadores do partido chegaram a declarar contrariedade ao projeto eleitoral do pernambucano. O virtual candidato mantém relação próxima com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), é favorável à manutenção do apoio a Dilma e terá de ser convencido a respeitar a decisão da cúpula socialista. Ele pode se desfiliar do PSB. Gomes chegou a planejar filiar o ministro Leônidas Cristino no PROS, partido em processo de registro na Justiça Eleitoral. E também negocia a filiação de aliados ao Solidariedade, o partido que o deputado Paulinho da Força (PDT-SP) está criando.
Fonte: Veja
UGT - União Geral dos Trabalhadores