18/09/2013
Com a expansão de 564% no volume total de crédito na última década no Brasil, os empréstimos passaram a representar 55,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em junho deste ano, ante 24,6% no mesmo mês fr 2003, segundo pesquisa da Anefac (associação nacional dos executivos de finanças) com base em dados do Banco Central.
"Apesar do avanço, o volume ainda é baixo quando comparado ao das principais economias, onde esse número atinge mais de 100% do PIB, o que demonstra que temos um ambiente favorável à expansão", diz Miguel de Oliveira, diretor da entidade.
Para o professor de finanças Alexandre Chaia, do instituto de pesquisa Insper, o país tem condições de suportar uma relação de 70%, principalmente pelo crescimento do crédito imobiliário, que ainda tem um peso pequeno nessa composição. "A expansão tem se dado por ondas, com aumento da inadimplência, o que exige replanejamento financeiro, mas há espaço para crescer mais", diz.
Segundo ele, o problema no Brasil é que o crédito é de curtíssimo prazo, como os do cheque especial e do cartão de crédito, que consomem uma grande parcela da renda por causa dos juros altos.
Na opinião de Paulo Roberto Feldmann, professor de economia da FEA/USP, um patamar mais condizente com a realidade brasileira seria entre 40% e 45%, já que o salto foi impulsionado pelo consumo. "As pessoas ganharam renda e passaram a consumir. E os bancos viram nesse público uma forma de aumentar o volume", diz, ressaltando a importância de observar o nível de endividamento das famílias, já que há a possibilidade de a renda cair por causa da ameaça de aumento do desemprego.
Um dos motivos da expansão do crédito foi a elevação no período de pagamento, fazendo as parcelas mensais caberem no bolso do consumidor. Segundo a Anefac, o prazo médio dos financiamentos com recursos livres --que excluem, por exemplo, o crédito rural e o financiamento imobiliário com recursos da poupança-- passou de 7,3 meses para 38,3 meses nesse intervalo.
Fonte: Folha de S.Paulo
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