20/08/2013
20/08/2013
A segunda rodada de negociação entre a CONTEC e a FENABAN, para discutir a pauta de reivindicações dos bancários não registrou avanços. O encontro aconteceu no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, na tarde de segunda-feira, dia 19.
Logo no início da reunião, Magnus Apostólico, negociador da FENABAN, afirmou que na terceira rodada de negociação, a ser realizada na próxima segunda-feira (26/08), serão discutidas as cláusulas econômicas, mas que nesta data não será ainda possível apresentar um índice de reajuste para os bancários. Na negociação de segunda-feira foram debatidas cláusulas sociais e emprego.
Os banqueiros concordaram com a renovação de várias cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) vigente, mas também negaram a inclusão de muitos novos benefícios.
Os bancários reivindicaram à FENABAN o fim das demissões durante a vigência do novo acordo e que caso ocorram, sejam feitas somente sob convincentes justificativas. Os banqueiros alegaram que não há no Brasil legislação específica sobre o tema e que o país não ratificou a Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que proíbe as demissões imotivadas.
Foi reivindicado também o ressarcimento de despesas com combustível, estacionamento e pedágios quando o funcionário utilizar veículo próprio durante o horário de trabalho, como em visitas por exemplo. O ressarcimento integral das despesas com graduação, pós-graduação e cursos de especialização também foi reivindicado, além do pagamento de comissões sobre a venda de produtos. Sobre estas reivindicações, a FENABAN respondeu que estas questões fazem parte da política interna de cada banco e não devem ser tratadas em negociação coletiva.
Em caso de demissão, a CONTEC afirmou que os funcionários demitidos já encontram as dificuldades inerentes à situação, mas o caso se agrava muito com relação ao plano de saúde, já que no atual acordo o tempo máximo previsto para utilização é de 270 dias. Por isso, reivindicou que os funcionários desligados possam usufruir do plano de saúde da empresa por um prazo proporcional ao período em que manteve o vínculo empregatício, que pode variar de 24 até 60 meses. Os negociadores da FENABAN vão levar o assunto para ser discutido internamente entre os bancos e darão uma resposta em breve.
Os bancos demonstraram muita falta de sensibilidade ao negarem a reivindicação de serem implantados nas agências dispositivos tecnológicos com a finalidade de identificar cédulas falsas, livrando assim o trabalhador de qualquer ônus. Os banqueiros alegaram que os bancários já são treinados para identificar notas falsas.
Ainda em caso de demissão, os representantes dos bancários reivindicaram o pagamento dos tickets para os demitidos, também por um período proporcional ao tempo de banco, nos moldes da reivindicação do plano de saúde. Este tempo de concessão do benefício varia de 30 a 90 dias. Sobre isso, a FENABAN afirmou que o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) não prevê o pagamento do benefício para quem não tem vínculo empregatício e que o programa de requalificação profissional e a indenização adicional já suprem esta necessidade.
Finalizando a reunião, os bancos também negaram a concessão de licença para o bancário acompanhar pessoas enfermas da família, como também o pagamento de um salário, além do 1/3 constitucional, na ocasião do gozo das férias.
A negociação da próxima segunda-feira (26/08) acontecerá também em São Paulo, às 10h00.
UGT - União Geral dos Trabalhadores