29/07/2013
29/07/2013
O Sintratel, entidade filiada a Unuião Geral dos Trabalhadores (UGT), participou do I Ciclo de Debates sobre Assédio Moral e Discriminação nas Relaçôes do Trabalho" , promovido pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo. O evento foi reralizado na sede do Sindipd. O novo Superintendente da pasta,o sindicalista Luiz Antônio de Medeiros, fou saudado pelos participantes por realizar este evento tão importante para o movimento sindical pela abrangência do tema e pela qualidade dos palestrantes e das palestras.
O evento contou com palestras de estudiosos renomados no estudo do assédio moral nas relações de trabalho e suas consequências, bem como no diagnóstico e no combate ao problema que atinge praticamente todas as categoria, indiscriminadamente. No setor de telemarketing o problema é particularmente grave, devido à imposição de metas e descumprimento do Anexo II da NR 17 por muitas empresas, fatores que estão na base da violência e do assédio moral.
O Assédio moral foi tratado pelos palestrantes como a instalação de um verdadeiro inferno na vida do trabalhador. E todos foram unânimes em se colocar contra a tendência de culpar a vítima. De afirmar que indivíduos mais sensíveis, amigáveis, avessos a conflitos podem estar mais predispostos. A causa do assédio moral tem sempre uma matriz organizacional. Ou seja, é o ambiente de trabalho e a forma como funciona que engendra o contexto encorajador e tolerante à violência.
Para Ângelo Soares, os aspectos organizacionais geradores de assédio são: a não existência de justiça organizacional
a falta de coesão do grupo
a carga de trabalho desregulada quantitativa e/ou qualitativamente
falta de coerência de valores
a falta de reconhecimento do trabalhador. Assim, mudar a organização é cortar o mal pela raiz. Fez questão de lembrar, ainda, que o assédio moral é negativo para a saúde física e mental sob diversos aspectos, e pode nutrir tendências suicidas.
A Drª Margarida Barreto enfatizou que a característica pessoal do assediador aparece em função da organização. Ou seja, a característica pode ser pessoal (sadismo, maldade, etc), mas necessita de um ambiente favorável para florescer. Por isso, mesmo quando é uma pessoa que está por trás do assédio e da agressão moral, é preciso visualizar em que instituição, em que empresa ele está inserido. É preciso compreender a organização do trabalho, que no capitalismo é, por definição, injusta e culturalmente aberta à presença do assédio moral.
Ela fez ainda uma abordagem esclarecedora sobre o uso do termo "colaborador" pelas empresas. Para ela, trata-se de um discurso ideológico. O que a empresa busca é que os trabalhadores assumam seu discurso e a sua missão como se fosse deles, aceitem as exigências impostas e com isso aumentem a produtividade até o ponto de cumprir metas absurdas, que mudam com frequência.
A Auditora do Trabalho Luciana Baruki afirmou que as empresas são extremamente criativas quando se trata de inventar formas de assédio. Apontou a prática de colocar o trabalhador na "geladeira" como uma das piores formas de violência moral. Esta prática desestrutura a pessoa, a humilha e enfraquece, e por isso é uma das mais usadas pelas empresas. Formas de sair dela são: recorrer ao Sindicato e aos colegas, buscar ajuda de psicoterapia e recorrer à justiça do trabalho."
UGT - União Geral dos Trabalhadores