18/06/2013
18/06/2013
Enquanto Santa Catarina contabiliza 8,5 milhões de assinantes de celulares e 2.276 antenas, menos de 200 funcionários atuam no serviço de telefonia móvel no estado. Os dados foram apresentados aos deputados membros da CPI da Telefonia Móvel, durante a reunião da comissão na tarde desta terça-feira (11), pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações (Sinttel), entidade filiada a União Geral dos Trabalhadores (UGT).
Além de pouca gente trabalhando no setor, a terceirização dos serviços das quatro operadoras de celular é apontada pelo Sinttel como a principal causa dos problemas enfrentados pelos clientes. Há um número reduzido de trabalhadores, falta de mão de obra qualificada, instrumentos para o trabalho técnico, segurança e salários compatíveis com a função", pontuou o diretor administrativo do Sintel, José Aldomiro de Souza.
Outro reflexo da terceirização apontada pelo sindicado é a alta rotatividade nos call centers das operadoras. "Temos índices entre 60% e 70% ao ano de rotatividade nesta área, que é praticamente 100% terceirizada pelas operadoras". Souza aponta como vitória a lei que estabelece o salário mínimo regional no estado, tornando mais digno o salário dos operadores de call center.
"Garantimos o salário de setecentos e poucos reais pelo menos. Nem isso as operadoras queriam cumprir. Florianópolis era conhecida como a capital do call center. Depois do mínimo regional, as operadoras tiraram seus atendimentos do estado", destacou.
Dados da Fecam
Marcos Lemos, representante do setor de Tecnologia da Informação da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) também participou da reunião na Assembleia Legislativa. Lemos apresentou problemas levantados pela federação, que incluem cobertura e compartilhamento de antenas, dificuldades em chamadas e a falta na entrega dos serviços contratados. "Contratamos um mega de sinal, e apenas 10% são entregues pelas operadoras", reclamou.
O presidente da CPI, deputado Silvio Dreveck (PP), classificou como alarmantes os dados apresentados na reunião e disse que este é o principal objetivo desta etapa dos trabalhos. "Contamos com a parceria destas instituições para o levantamento de informações e definição do rumo da CPI".
Maurício Eskudlark disse que os números impressionam e são desconhecidos pela população. "Nenhum cidadão deste país tem ideia destes dados. Esta é uma exploração criminosa das operadoras", classificou. Os deputados Sargento Amauri Soares (PDT), Moacir Sopelsa (PMDB) e Ana Paula Lima (PT) também participaram da reunião.
Os problemas são sempre os mesmos: baixos salários, falta investimentos em capacitação profissional, condições de trabalho e respeito com os trabalhadores e clientes !
"Isso nós já sabíamos, desde 1998, quando se privatizou o sistema de telecomunicações no Brasil...". Assim começou a sua intervenção, o diretor Administrativo-Financeiro do Sinttel-SC, José Aldomiro de Souza, no depoimento dado no último dia 11 de junho/2013, na Comissão Parlamentar de Inquérito da Telefonia Móvel da Assembleia Legislativa de Santa Catarina- Alesc, explicando os graves problemas hoje existentes no serviço de telefonia celular no estado e no País.
O Vice-Presidente do Sindicato, Nilton Nicolazzi, também reforçou os argumentos sobre o pouco investimento na capacitação e os baixos salários da Categoria nos teleatendimentos, hoje quase todos terceirizados. "Temos uma a alta rotatividade, com índices entre 60% e 70% ao ano.
Os dois diretores do Sinttel-SC também apontaram como problema no funcionamento do setor o número reduzido de trabalhadores, a falta de mão de obra qualificada, instrumentos para o trabalho técnico, segurança e salários compatíveis com a função", apontaram os dirigentes do Sindicato na CPI da Alesc."
UGT - União Geral dos Trabalhadores