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Fique de Olho 30: Artigo: Com que roupa eu vou


09/05/2013

Eu quero o mínimo de
informações, dadas com o
máximo de educação.
Com que roupa eu vou...
Os mais saudosistas devem se lembrar deste samba do Noel Rosa que precisava melhorar a aparência para ir a um baile, mas a falta de dinheiro não deixava comprar um terno novo. O uso de roupas é considerado como parte do bom senso e da ética humana, sendo considerado indispensável principalmente em lugares públicos. Desta necessidade veio a outra que é a moda ou a forma da pessoa se destacar, ficando iguaiszinhas as outras que consideramos diferente. Ou seja, identificamos jovem, meia idade, idoso, tribo, e etc. A indústria de roupas, ou melhor, a indústria de confecções é uma organização milionária e que emprega muita gente em todo o mundo. Muita das partes do processo produtivo é com uso intensivo de mão de obra, ou seja, no uso de pessoas, notadamente do sexo feminino.
Quem está lendo estas mal traçadas, provavelmente vestido, deve estar se perguntando por que falar em coisa tão óbvia e inerente ao ser humano moderno.
Nós, assalariados, frequentemente buscamos o que é melhor e a um preço menor como forma de adequarmos nosso salário as nossas necessidades e vontades. A indústria de confecção atendeu a nossos apelos e reduziu e muito seus custos e por coseguinte seus preços. Desde 1994 até os dias de hoje o custo da roupa reduziu 39% em dólares. Não é pouca coisa se imaginarmos que tudo subiu neste longo período. Qual seria a lógica de tamanha redução?
Em 25 de março de 1911 tivemos um incêndio na fabrica Triangle Shirtwaist na cidade de Nova York. Uma indústria de confecção onde morreram 146 mulheres. A indústria ficava nos últimos 3 andares de um prédio de 10 andares. Fica complicado usarmos um olhar dos mecanismos de proteção que temos hoje para poder analisar o fato em sua época. Mas as manifestações que surgiram após este fato dão conta que algo não estava certo. Aliás, a partir deste acidente foram aprovadas uma série de normas sobre segurança no trabalho, negociadas com o Sindicato da categoria com a então líder Rose Schneiderman e que tornou Nova York um exemplo de local seguro de trabalho até hoje. Muito atribuem a justa homenagem às mulheres com a criação do seu dia, 8 de março, a este fato. Agora mais um acidente desta vez em Bangladesh na cidade de Dhaka com o desabamento do Rana Plaza. Igualmente num prédio com apenas mais um andar do que aquele de Nova York.

Trabalhadores da Tung Hai Sweater morreram e muitos ficaram feridos. Para este acidente temos todas as condições de avaliar a responsabilidade daqueles que tem por obrigação de zelar pelo bem estar e segurança dos trabalhadores.

Porém acredito que o principal alerta é sobre a necessidade de reflexão do movimento Sindical em discutir sobre os acordos Marco Global neste momento em que as representações internacionais de trabalhadores ganham algum fôlego, principalmente com o aumento da participação das organizações de trabalhadores do Brasil. Esta discussão pode impedir que rápidas análises que indicam a terceirização como culpada desta situação sejam suficientes. Por outro lado não podemos responsabilizar o consumidor por buscar roupas de R$10 como forma de maximizar o uso de seu dinheiro. Ás lideranças Sindicais cabem o impedimento ao trabalho precarizado e sem segurança. Com maior segurança e respeito aos trabalhadores não sabemos quanto vai custar a camisa, mas temos que ter consciência de quanto vale a vida do trabalhador. A frase no topo deste texto é da então primeira dama dos Estados Unidos, Jacqueline Kennedy. Próximo ao poder e sem poder influenciá-lo saber menos pode ser melhor. Porém os Sindicatos tem que saber muito para poder ter uma agenda de ação sob pena de influir pouco na vida dos trabalhadores e dos cidadãos de uma maneira geral.

Secretaria de Finanças


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