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Apresentação de números da rotatividade no comércio reúne federações, centrais e sindicatos em um único objetivo: os direitos do trabalhador


26/04/2013

26/04/2013
Nesta quinta-feira, 25 de abril, o Sentracos (Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços) apresentou o seminário Rotatividade no Comércio, Dados Setoriais e Diretrizes para a Ação Sindical", coordenado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Participaram do evento Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e coordenador nacional da Sentracos, Luis Carlos Motta, presidente da Federação de Comerciários de São Paulo, além de presidentes e dirigentes de sindicatos e federações de todo o Brasil. "Esse encontro demonstra que estamos iniciando um movimento histórico de unidade", comentou Patah.
O objetivo do encontro foi, a partir dos dados de rotatividade no comércio apresentados pelo Dieese, debater e criar um documento de ações conjuntas para o enfrentamento dessa questão. Segundo o Dieese, em 2011, 32.862 estabelecimentos do comércio romperam 2.072.417 contratos.
"O comerciário tem hoje uma importância estratégica de sustentabilidade na economia nacional. No entanto, quadros inteiros de funcionários de empresas são trocados como se fossem mercadorias. A rotatividade é muita alta no setor. Só em São Paulo, fazemos 12 mil homologações por mês. Precisamos encontrar medidas para frear esse absurdo", disse Patah. E complementou: "Temos uma enorme capacidade de interferir nas políticas públicas em favor do comerciário. Vamos construir uma política de atuação contra adversidades como precariedade, informalidade, discriminação racial e, principalmente, a rotatividade. Também vamos atrás do piso nacional".
"Estamos prestes a realizar um sonho: ter diferentes centrais focadas num único objetivo - os interesses dos 12,5 milhões de comerciários brasileiros", reforçou José Gonzaga da Cruz, vice-presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.
"Juntos, somos fortes. Unidos e organizados, somos imbatíveis. O que for decidido no evento de hoje dará uma diretriz para todos os dirigentes do Brasil", finalizou Luis Carlos Motta.
O Dieese tem realizado uma série de seminários para tratar a rotatividade em cada setor, para avaliar de forma setorial quais são as características e os principais problemas com objetivo de pensar as ações para fazer o enfrentamento.
Os comerciários é a categoria que tem a 3ª maior taxa de rotatividade brasileira. José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese afirma que os 48% de rotatividade do setor é um absurdo, e que este índice prova que a troca de funcionários é um mecanismo que as empresas utilizam para reduzir os cursos com recursos humanos. "Eles [os empregadores] usam o período de experiência de 90 dias como instrumento para reduzir custos, rebaixar salários. Assim, a cada três meses o empregador contrata um novo funcionário que ganha menos que aquele que tem mais tempo de casa", conclui Silvestre.
Sindicato e Federação de Comerciários de São Paulo
"Quero parabenizar essa unidade que estou vendo aqui no Sentracos, sob a coordenação do Ricardo Patah. O sonho de todo comerciário, há mais de 80 anos, era a regulamentação da categoria. Após essa conquista, cabe a nós, dirigentes sindicais, debater e levar a interpretação dessa regulamentação para nossa base. Mas não para aqui! A Federação de Comerciários de São Paulo está unida ao Sindicato e vamos conseguir mais conquistas por meio da regulamentação da categoria." (Luis Carlos Motta, presidente da Federação de Comerciários de São Paulo)
Persistência pelos direitos do comerciário
Após uma luta judicial que durou 12 anos, em 20/02/2013 foi retirado da base de São Carlos e finalmente criado o Sindicato dos Comerciários de Pirassununga e Porto Ferreira.
O presidente da Entidade, Wanderley Aparecido Batistela, esteve no Seminário "Rotatividade no Comércio, Dados Setoriais e Diretrizes para a Ação Sindical", e contou que está prestes a se filiar à UGT. "Nossa base, composta por cerca de 5 mil comerciários, enfrenta os mesmos problemas que a categoria encontra em São Paulo e em todas as cidades do Brasil. Queremos fazer parte da UGT e utilizar sua enorme representatividade para conquistar todos os direitos e benefícios pertinentes ao trabalhador."

Filiação à UGT visa ampliar conquistas
Outra Entidade que passará a fazer parte da UGT é a Federação dos Empregados no Comércio e Serviços do Estado de Sergipe, presidida por Ronildo Torres Almeida.
Há cinco anos, a Federação se desmembrou da Bahia e criou sua própria sede. "Não fazia sentido existir uma única Federação para dois estados independentes. Agora, podemos dar uma maior assistência e representatividade ao comerciário. Temos acompanhado o trabalho do Patah e de toda a estrutura da UGT. A partir de nossa filiação, esperamos levar para Sergipe a concretização de conquistas para a classe trabalhadora", disse Ronildo.

Feira de Santana une forças com a UGT
O Sindicato dos Comerciários de Feira de Santa, segundo maior do estado da Bahia - que só perde para o sindicato da categoria de Salvador -, também deve vir fazer parte da terceira maior Central Sindical do Brasil.
O presidente, Délcio Mendes Barbosa, falou que foi convidado pelo Márcio Fatel, que preside a Federação dos Comerciários da Bahia e que o sindicato já está providenciando a documentação para a filiação.
"Sentimos que quanto mais estivermos junto aos companheiros, maiores serão as nossas conquistas. Nosso sindicato está voltado ao progresso e desenvolvimento da categoria", afirmou Décio, que atua numa região com mais de 30 mil trabalhadores comerciários.
Por Giselle Corrêa e Ana Castanho"


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