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19/04/2013
Cláudia Saleme1
Em decorrência das lutas e resistências vividas pelos povos indígenas, hoje, em parte, seus direitos são reconhecidos como cidadãos cuidadores do planeta e das florestas. Porém, não existem garantias de participação indígena nas discussões de políticas públicas exclusivas e diferenciadas. A permanência das florestas existe devido à resistência de seus povos, os povos da mata. A mata tem musicalidade, história, ciência, arte e espiritualidade. Conhecer a força da cultura de um povo, sua universalidade faz desenvolver a reflexão e fortalece as ações para agir no mundo de uma forma melhor. Ainda há quem viva num quintal do saber, necessita-se aprofundar a raiz do conhecimento para expansão e desenvolvimento de uma nação, pois desta forma ficarão mais aguçadas as antenas humanas da sociedade. A utilização de uma linguagem cuidadosamente envolta de vibração positiva reflete educacionalmente a valorização do ser humano em seu meio. Quando há o pensamento em viver à custa da natureza este é o início da destruição, mas quando unifica os saberes, divino e acadêmico, ocorrerá o enriquecimento do conhecimento, do diálogo, da ideia e principalmente da economia dos povos. No passado a negociação da floresta eram as folhas, depois os frutos, fauna, toda a flora, por fim as florestas e todo o bioma, mas para os povos que ali vivem a busca é por alimentos, sobrevivência, sabedoria e cultura. Até quando o pensamento humano e sua busca de ações predatórias continuarão acreditando que as riquezas naturais são inexauríveis? Por esta razão a perda da cultura dos povos indígenas significa perder a riqueza de uma nação, de um povo.
Claudia Salemel é Gestora de Sustentabilidade do CEAESP( Centro de Estudos Avançados na Gestão Pública e Privada), Docente para Povos Indígenas pela ECAM (Equipe de Conservação da Amazônia), Docente Universitária da Estácio de Sá/SP.