25/03/2013
25/03/2013
A União Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo e diversas entidades filiadas, literalmente, tomaram as ruas do bairro Bom Retiro, centro de comercio popular paulista, na manhã desta segunda-feira (25), para a realização da II Marcha Pela Carteira Assinada.
Estiveram presentes ao ato o Sindicato dos Comerciários de Franco da Rocha, Sindmotosp (Sindicato dos Motoboys), Sintrajóias (Trabalhadores Joalheiros), Sindicapro (Sindicato de Cargas Próprias), Siemaco SP e ABC(trabalhadores de Asseio, Conservação e limpeza urbana), Sindicato dos Padeiros, Sentracos (Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviço), Sincab (Trabalhadores em TV por assinatura e telecomunicação), Fenascon (Federação dos Trabalhadores em asseio e conservação), Sindicar (Carregadores Autônomos da central de abastecimento de São Paulo), Sated-SP (Sindicato dos Artistas e técnicos em espetáculos), Sindinstal (Instaladores de rede de TV por assinatura) e Servidores Judiciário de São Paulo.
Militantes de diversos sindicatos filiados a UGT compareceram ao ato e fortaleceram a ação que foi resumida pelo presidente ugetista, Ricardo Patah, como 'um ato pela cidadania'. Quem não tem registro perde direitos e, consequentemente, sua cidadania. Isso vai na contramão do que o Brasil esta vivendo nos últimos 10 anos, que vem buscando tirar milhões de pessoas da miséria", diz o dirigente.
"Quem não tem registro em carteira, perde todos os benéficos assegurados na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), não podemos permitir esse tipo de exploração. A carteira de trabalho assinada é fundamental", explica Canindé Pegado, secretário Geral da UGT.
Segundo Natalino Ferreira dos Santos, diretor do Siemaco ABC, o Brasil é um país que esta no caminho do crescimento econômico e já se encontra entre as sete nações mais ricas do mundo, contudo a desigualdade social, a má distribuição de renda e os casos de desrespeitos às leis trabalhistas ainda são constantes. "Não nos interessa que o Brasil esteja entre as nações mais ricas do mundo e a população continue sofrendo com o descaso do poder público e continue jogada nas mãos de aproveitadores. Os maus patrões!", descreve natalino.
Ligia de Paula, presidente do Sated-SP, ressaltou que a luta pelo trabalho formal é uma questão que envolve, não somente uma categoria profissional, mas todos os trabalhadores e trabalhadoras que com o suor de seu trabalho contribuem para que o Brasil alcance seu status de país rico. "Nós artistas estamos juntos na luta por um país melhor para todos, com melhor distribuição de renda, dignidade laboral, justiça social e qualidade de vida".
Disque denúncia comerciária
O Sindicato dos Comerciários de São Paulo disponibilizou um telefone exclusivo para que, anonimamente, trabalhadores e trabalhadoras que não possuem carteira assinada possam denunciar os maus patrões sem serem identificados.
Para Patah, esta é a forma mais eficaz que o sindicato disponibilizou para ouvir as denuncias e agir, imediatamente, contra os empregadores que insistem em desrespeitar as leis trabalhistas. "Não pode mais aceitar que milhares de pessoas estejam nos porões de algumas oficinas de costura trabalhando 13 ou 15 horas por dia para ganhar 60 reais por semana. Muito abaixo do próprio salário mínimo nacional ou que profissionais exerçam suas funções sem registro em carteira".
Motoristas também sofrem com oportunistas
Segundo o dirigente Washington Oliveira, do sindicato dos condutores em transportes rodoviários de cargas próprias de São Paulo, comerciantes estão enganando a categoria ao registrar motoristas com outras funções e obrigando os mesmos a suprir as necessidades das lojas. "Recebemos denúncia de motoristas que chegam a trabalhar como caixas ou balconistas em lojas, para suprir a falta de mão de obra nos estabelecimentos e quando vamos fiscalizar os lojistas alegam que não têm motoristas nos seus quadros de funcionários porque eles registram nossa categoria com outra nomenclatura".
Por Fábio Ramalho - UGT / Fotos: FH Mendes
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UGT - União Geral dos Trabalhadores