07/03/2013
07/03/2013
O governador do Estado do Paraná, Beto Richa, recebeu nesta quarta-feira (06/03), dirigentes da UGT-PARANÁ para ouvir a posição dos trabalhadores em relação à Medida Provisória 595/12 (MP dos Portos).
Na reunião, representantes dos sindicatos portuários filiados à UGT, manifestaram seu descontentamento com a tentativa do governo federal em privatizar os portos públicos.
O presidente da Regional Litoral da UGT-PARANÁ, Jaime Ferreira expôs o problema ao governador. Precisamos do apoio do governo do Estado do Paraná para que articule junto aos parlamentares a necessidade de mudarem a atual MP 595/12, pois caso contrário, perdem os trabalhadores e toda a população paranaense". Jaime Ferreira explicou que, hoje a mão de obra portuária é solicitada através do OGMO - Órgão Gestor de Mão de Obra, com a participação d os sindicatos de estivadores, arrumadores, conferentes, trabalhadores de bloco e categorias portuárias. Pelas regras da MP 595, os portos privados poderão contratar mão de obra da maneira que quiserem, pagando salários abaixo dos praticados atualmente. "Infelizmente, a presidente Dilma e a ministra Gleisi querem precarizar as relações de trabalho nos portos públicos", disse Jaime.
Para os sindicalistas as mudanças são necessárias e devem ser discutidas com os trabalhadores. "Depois de anos de lutas, a iniciativa privada entrará nos portos sem nenhum compromisso com os trabalhadores, podendo contratar funcionários com salário mínimo e sem pagar os benefícios. Nós não aceitamos isso, e pedimos o apoio do governador", disse o presidente da UGT-PARANÁ, Paulo Rossi.
O governador Beto Richa mostrou-se sensível à demanda dos trabalhadores e manifestou total apoio às reivindicações da UGT e dos sindicatos filiados. "Não posso concordar com o texto da Medida Provisória 595/12 (MP dos Portos), porque ela transfere do Governo do Paraná para a União o controle sobre os projetos de expansão do Porto de Paranaguá.
Richa declarou ainda que a MP 595/12 é um erro tremendo, que trará prejuízos irreparáveis ao Paraná. Os especialistas afirmam que o governo federal terá dificuldades até para fazer as licitações. Uma medida que desagrada a todos, com a única intenção de centralizar o poder", disse o governador.
CONTRA - Richa garantiu que convocará a bancada paranaense no Congresso Nacional e que levará o assunto para o encontro de governadores que será realizado em Brasília na semana que vem. "Contem com nosso apoio. Sou totalmente contra essa Medida Provisória que prejudica os trabalhadores portuários e restringe a atuação do governo estadual no Porto de Paranaguá".
O governador afirmou que o Paraná tem um grande plano de investimentos para o porto, que ficará comprometido com a aprovação da proposta. Ele lembrou ainda que no ano passado o corredor de exportação do Porto de Paranaguá bateu recorde de movimentação. "Resultado dos investimentos de ampliação e dragagem dos berços de atracação que realizamos, mas, sobretudo, da gestão eficiente e moderna que temos atualmente no porto de Paranaguá".
Paulo Rossi disse que a medida provisória é uma justificativa da União para privatizar os portos brasileiros. Ele criticou ainda o governo federal pelo corte de repasses aos estados. "Nós sabemos que quem paga o pacote de bondades da União são os estados brasileiros", afirmou.
O presidente nacional da UGT, companheiro Ricardo Patah, em nota, manifestou sua preocupação em relação a MP 595/12. "Vamos pressionar o congresso nacional através dos nossos parlamentares para que alterem essa MP e contemplem todos os trabalhadores portuários", declarou Patah.
Durante a reunião, os integrantes do UGT-PARANÁ, agradeceram o governador pela criação da Lei que institui o dia 10 de maio como o Dia do Sindicalista do Paraná. "Fomos o primeiro estado a ter um dia em nossa homenagem. Uma prova da gestão democrática e de que somos respeitados", disse Walter Cezar, dirigente do Sindicato dos Aposentados da UGT-PARANÁ.
A secretária-geral da UGT-PARANÁ, Iara Freire, também agradeceu pelo governador ter sancionado a Lei que institui o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher. "Sem sombra de dúvidas, este será o espaço de discussões de políticas públicas voltadas às mulheres".
CONSELHOS: Paulo Rossi solicitou ainda ao governador que as empresas públicas, como Sanepar, Agência de Fomento Paraná e Copel, mantenham representantes dos trabalhadores nos conselhos. "Assim como as entidades patronais, gostaríamos de participar das reuniões que definem o desenvolvimento das empresas", disse ele. O presidente da entidade defendeu que o Estado estenda aos mototaxistas as linhas de créditos oferecidas aos taxistas pela Fomento Paran á, bem como institua o Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social.
O governador gostou da ideia e solicitou que a Casa Civil faça estudos para implantar o mais breve possível as demandas apresentadas pela UGT.
Durante o encontro, os dirigentes da UGT-PARANÁ, entregaram ao governador a revista da UGT e o livro "Visão do Mundo Sindical sobre o Brasil", tendo como autores o presidente nacional da UGT, Ricardo Patah e o vice-presidente, Laerte Teixeira da Costa.
Fonte: UGT Paraná"
UGT - União Geral dos Trabalhadores