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27/01/2013

O Sindicato dos Comerciários de Limeira, com o apoio dos sindicatos filiados à Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo, União Sindical dos Trabalhadores de Limeira e da UGT - União Geral dos Trabalhadores, paralisaram as atividades da Unidade do Walmart em Limeira, nesta sexta-feira (25), das 6 às 12 horas, em protesto contra diversas irregularidades cometidas pela rede Walmart. A paralisação foi uma resposta à direção do Walmart que vem desrespeitando a CLT e a Convenção Coletiva da Categoria. Novas paralisações poderão ocorrer também em outras cidades, caso o Walmart não mude seu comportamento.

A paralisação reuniu perto de 300 trabalhadores e foi comandada pelo presidente do Sinecol, Paulo Cesar da Silva, que contou com o apoio de toda a diretoria do sindicato.

Vários diretores da UGT e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo estiveram presentes ao evento. A UGT, inclusive, enviou ao local um caminhão de som e dezenas de militantes para dar apoio a mobilização dos comerciários de Limeira. Segundo o diretor da UGT e membro da UNI - América, Luiz Hamilton de Sousa que também participou em Los Angeles da greve do Walmart com apoio da UFCW e UNI, ações como a que aconteceu no Walmart de Limeira devem ser frequentes, para combater as práticas anti Sindicais promovidas pelo Walmart

Ricardo Patah, presidente nacional da UGT e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, afirmou que a entidade, sempre que solicitada, estará presente em toda e qualquer manifestação em defesa dos interesses da classe trabalhadora.

Já Luiz Carlos Motta, presidente da Fecomerciários, fez questão de afirmar que os comerciários os prezam sempre pelo entendimento, apenas tomando providências drásticas em caso de impossibilidade de diálogo, como foi o caso do Walmart.

Pressionados pelos trabalhadores, diretores da Rede Walmart cederam às reivindicações e compareceram à sede do Sinecol onde assinaram acordo com propostas de melhoria de comportamento em relação aos seus colaboradores, efetivamente passando a cumprir com as obrigações da lei trabalhista.

O acordo prevê o pagamento das diferenças salariais desde setembro de 2012, 13º salário, horas extras e feriados na folha de pagamento de janeiro
fornecimento de holerite na data do pagamento de salários
anotação no cartão ponto conforme legislação
respeito à faculdade do empregado em prestar hora extra
revisão de participação nos lucros e resultados
obrigatoriedade de acordo coletivo junto ao sindicato para banco de horas e descanso semanal obrigatório a cada seis dias, sob pena de pagamento dobrado das folgas / descansos não concedidos.

Ficou estabelecido também que o fornecimento do vale-transporte será creditado na data certa, que a empresa deverá respeitar a função para a qual o colaborador foi contratado e que, no trabalho noturno, a mesma deverá liberar transporte para o funcionário assim que terminar a jornada do mesmo. Vários outros tópicos foram compreendidos no acordo, como as questões do assédio moral, estudo ergonômico, periculosidade, insalubridade e fornecimento e substituição imediata dos equipamentos de proteção individual. A empresa deverá repor o pessoal para as vagas em aberto no prazo de 30 dias e deve fornecer o adiantamento de salários em espécie e não em forma de cartão alimentação a ser consumido na própria loja.

A empresa ainda se comprometeu ao pagamento das horas referentes ao período paralisado e garantiu estabilidade de 60 dias a todos os funcionários da unidade. O presidente do Sinecol, Paulo Cesar da Silva, disse que o resultado do movimento foi uma vitória para os trabalhadores. Frisou, ainda, que essa manifestação deve servir de exemplo para que as demais empresas do setor fiquem atentas e respeitem as condições de trabalho dos seus colaboradores. Afinal, disse ele, são os comerciários que garantem a manutenção dos lucros das empresas em que trabalham.