07/12/2012
07/12/2012
Depois de trabalhar durante anos em várias empresas do setor de confecções com carteira assinada, a costureira Marineia Ester Amarante optou pelo trabalho informal. Hoje, ela faz pequenos consertos e reformas de roupas para uma clientela já formada. Ela conta que optou por trabalhar por conta própria para ter um rendimento melhor e mais liberdade. Hoje, consigo fazer meus horários e ganhar mais, apesar de também trabalhar mais."
Em Goiás, os trabalhadores informais recebem, em média, R$ 1.072,42 mensais, contra R$ 876,12 na média nacional, segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2012, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o gerente de Assessoramento da Unidade Estadual do IBGE em Goiás, Alessandro de Siqueira Arantes, a explicação pode estar no fato de Goiás abrigar um grande número de feiras que garantem oportunidades a muitos desses trabalhadores informais.
Além disso, a baixa renda de outros Estados da Federação, como os do Nordeste, onde as oportunidades no trabalho informal não são tão abundantes, ajudaram a puxar a média nacional para baixo.
INFLUÊNCIA
O professor Sandro Monsueto, coordenador do Curso de Economia da Universidade Federal de Goiás (UFG) e especialista em mercado de trabalho, não descarta a influência do grande número de micro e pequenos empreendedores que atuam nas diversas feiras espalhadas pela Região Metropolitana de Goiânia nesse bom desempenho da renda informal.
É comum ouvir esses trabalhadores justificarem a opção pela informalidade no melhor rendimento. Sandro Monsueto lembra que, antes, a informalidade era vista como uma estratégia temporária de sobrevivência. Nos últimos anos, isso mudou. "Para muita gente, o trabalho informal se tornou uma opção de vida", destaca.
Além da melhor renda, as pessoas partem para a informalidade na tentativa de pagar menos impostos ou ter um contrato de trabalho mais flexível, inclusive nos horários.
O estudo também mostra que a renda dos goianos aumentou, o que reduziu a diferença entre o rendimento médio do Estado e o nacional: R$ 1.307,03, contra R$ 1.311,56. Alessandro Siqueira atribuiu esse melhor desempenho ao crescimento econômico de Goiás, que atraiu vários investimentos nos últimos anos. Segundo ele, isso elevou as oportunidades para o trabalhador local.
Para o professor Sandro Monsueto, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás acima da média nacional, graças aos investimentos feitos no Estado, também tem se refletido no maior rendimento do trabalho. "É a chamada retroalimentação, onde o aumento da produção gera mais demanda por mão de obra e mais renda." Para ele, a tendência é que essa diferença entre as renda dos goianos e dos brasileiros seja cada vez menor.
Sandro Monsueto lembra que também foram realizados concursos públicos nos últimos anos em Goiânia, o que também pode ter ajudado a elevar a renda média do Estado.
Outra constatação do estudo é que a população mais escolarizada tende a estar inserida em trabalhos mais formalizados. Em 2011, a média de anos de estudo da população de Goiás nos trabalhos formais era de 8,8 anos para homens e de 10,5 para as mulheres. Nos trabalhos informais, essa média era de 6,7 para os homens e 7,3 para as mulheres.
Fonte: Jornal O Popular"
UGT - União Geral dos Trabalhadores