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18/10/2012

É certo que ninguém é obrigado a possuir cartão de crédito, mas os usuários sofrem com os juros aplicados sobre as compras. Quando há atraso de pagamento ou o valor quitado não é o total da fatura, o problema é ainda pior. Por isso, está sendo realizado nesta terça-feira (16) um ato público para recolher assinaturas que serão levadas ao Congresso Nacional, como forma de pressão por mudanças no regime de juros. Uma guilhotina, inclusive, foi colocada na Praça da Independência, no Centro do Recife, para mostrar, simbolicamente, que os cartões levam os usuários à morte financeira.

A queixa vem junto com cobrança de redução drástica dos juros aplicados atualmente. Durante os primeiros meses e, inclusive, durante a campanha eleitoral (de 2010), a presidente Dilma Rousseff dizia que buscaria a redução das taxas de juros do cartão de crédito", explicou o diretor da União Geral dos Trabalhadores em Pernambuco (UGT-PE), Luiz Nelson (Nelsão).

Segundo o diretor, os juros anuais dos cartões de crédito no Brasil chegam a 283%, o que é um absurdo. "O Brasil é a locomotiva da América do Sul e está com juros que levam o consumidor ao endividamento. A Venezuela, por exemplo, que tem forte mercado na área de Petróleo, aplica juros anuais em torno de 50%. A oferta de crédito por aqui é muito ampla e acessível, com juros muito expressivos. Já a poupança não rende nada parecido para o cliente do banco", pontuou. O ato iniciou às 10h30 e, às 11h, mais de 100 assinaturas já haviam sido recolhidas. A ação é nacional e ocorre em todas as capitais do Brasil.

"Eu acho a ação muito válida e participo. Recentemente, vimos uma mobilização nacional do tipo aprovar o que se tornou a Lei da Ficha Limpa. Essa também pode provocar avanços na redução de juros dos cartões. A população precisa do crédito, mas os juros são altíssimos. Os bancos ficando cada vez mais ricos e a população, mais pobre", destacou o policial militar Sérgio Caldas, logo após assinar a ata.

Fonte: Folha de Pernambuco / Foto:Déborah de Brito

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