22/08/2012
22/08/2012
O deputado federal e vice-presidente da União dos Trabalhadores (UGT), ocupou a tribuna da Câmara, nesta terça-feira (21/08), para mostrar sua preocupação com o arrendamento de barcos pesqueiros japoneses por empresas brasileiras para a pesca de atum, o que estaria acabando com as reservas dessa espécie na faixa oceânica do Brasil. A situação veio à tona com a matéria da Folha de S. Paulo, desse domingo.
O arrendamento, segundo o deputado, estaria também, tornando a pesca desigual com as pequenas embarcações dos pescadores brasileiros.
Do ponto de vista ambiental, o Brasil é considerado um santuário, porque esse tipo de pesca foi pouco explorado no País se comparado a outras regiões do mundo. Do ponto de vista econômico, devido aos altíssimos preços do atum no mercado internacional e à sua escassez no mundo, a pesca nas águas brasileiras é motivo de cobiça. Ou seja, ao mesmo tempo em que o excesso de pesca ameaça o peixe de extinção, os preços do atum batem recordes no mercado mundial" - alegou o deputado.
Roberto de Lucena disse ainda que em meio a todo esse cenário encontra-se o pescador brasileiro cuja forma de trabalho, em grande parte artesanal, é menos prejudicial à natureza. "É sofrido o trabalho dos nossos pescadores. Não possuem modernos frigoríficos: todos os dias realizam uma verdadeira maratona entre a área de pesca e o porto, a fim de manter o peixe acondicionado no gelo e descarregá-lo" - disse.
O parlamentar e dirigente sindical informou que, em contrapartida, na busca pelo peixe na costa brasileira inexplorada, outros países, com seus navios modernos, cuja capacidade de pesca, devido aos avanços tecnológicos utilizados, é inúmeras vezes maior, prejudicam, em termos ambientais, a capacidade reprodutiva desses peixes e, em termos econômicos, a cadeia produtiva de pesca no Brasil.
"Precisamos encontrar o meio termo, o equilíbrio dessa situação, melhorar as condições dos que realizam a atividade pesqueira no Brasil e analisar, em face do atual cenário econômico e também ambiental, as condições para realização da pesca na costa brasileira. O arrendamento de embarcações estrangeiras por empresas brasileiras, que, a partir de 1998 foi autorizado com a publicação do Decreto nº 2.840, por prazo indefinido, precisa ser reavaliado com toda a atenção que o assunto merece" - ponderou.
O deputado encerrou seu pronunciamento dizendo que a pesca em alto-mar não é para fracos, mas para valentes, corajosos, determinados. "Não obstante, diante dessa desigualdade injusta, perniciosa, nosso pescador é vulnerável, e é mais do que dever do Estado dar a ele, no mínimo, a condição de concorrer de maneira equilibrada com esses gigantes poderosos da pesca. É com coragem, sabedoria e serenidade, qualidades dos nossos pescadores, que devemos enfrentar essas questões" - concluiu."
UGT - União Geral dos Trabalhadores