29/03/2012
29/03/2012
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) participou do Programa Tribuna Independente, exibido em território nacional pela Rede Vida de Televisão na noite de terça-feira (27).
Entrevistado pelos jornalistas Leandro Mazzini, Denise Rothenburg e Caio Junqueira, Patah falou sobre as bandeiras de luta da UGT, como: o fim do fator previdenciário
redução da jornada de trabalho para 40 semanais, sem redução de salário
terceirização
contribuição sindical
revisão coletiva da divida dos cartões de crédito
entre outros temas.
Durante uma hora e meia, o presidente da UGT interagiu com a bancada e com os telespectadores que enviaram muitas perguntas via e-mail, twitter e telefone.
Aposentadoria
O sindicalista reinterou a posição da UGT como entidade que defende, veementemente, o fim do Fator Previdenciário e que não é justo que o trabalhador e a trabalhadora, depois de tantos anos contribuindo para a Previdência, na hora de se aposentar acaba vendo parte do seu investimento perder por conta de um calculo que visa lesar o contribuinte. O caixa aguenta, pois 13% do nosso PIB é destinado a aposentadoria para o servidor público, boa parte merecida, mas existe uma parcela que consegue uma se aposentar com salário de 20, 30 ou 40 mil. Isso precisa ser enfrentado", explica Patah.
Terceirização
Em resposta a pergunta do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que procurou saber a posição da UGT em relação ao tema, Patah explicou que a terceirização é uma realidade e que hoje, por volta de 11 milhões de pessoas trabalham de forma terceirizada, o que precisa ser feito é intensificar a luta para que essas pessoas tenham seus direitos respeitados, com cidadania e as mesmas condições que os trabalhadores assegurados pela Consolidação das LeisTrabalhistas (CLT).
Patah também lembrou que existem profissionais terceirizados em diversos setores da economia nacional, inclusive nas Casas do Povo - Assembleias, Câmaras, Repartições Públicas e Congresso Nacional - "Esta é uma forma trabalhista que existe em todos os setores, inclusive onde você esta ai nobre deputado e como temos muitas pessoas terceirizadas trabalhando, não se pode simplesmente fechar os olhos para esta questão".
Flexibilização da CLT
Segundo o presidente da UGT, é apenas passível de conversação com o patronato a luta pela redução de impostos, como aconteceu em 2008 com as linhas brancas, construção civil e indústria automobilística, o que resultou na geração de empregos e oportunidade de trabalho.
"A produção do nosso país perdeu muita força nos últimos anos, a participação da Indústria no PIB do país caiu em torno de 15%, e somada aos efeitos da crise vivida no mundo, que não está tendo grandes consequências no Brasil como está ocorrendo na Grécia, Turquia e em países europeus, mas desde 2008, uma solicitação dos empresários era diminuição dos tributos de desoneração da folha, o que precisa ser discutido com a classe trabalhadora",diz Patah.
Desindustrialização
As centrais sindicais e as entidades patronais se uniram para combater a perda efetiva que está ocorrendo na indústria brasileira, por conta do capital especulativo que esta entrando no Brasil.
"No dia 4 de abril, as entidades patronais e da classe trabalhadora promoverão um ato, na Assembleia Legislativa de São Paulo a fim de combater a guerra fiscal que vem favorecendo as importações. Mas Guido Mantega, antecipadamente, está desenvolvendo um trabalho para fazer uma redução de juros já buscando o fortalecimento da competitividade da nossa indústria", esclarece o sindicalista.
Estrutura sindical
O presidente ugetista foi convicto ao afirmar que é preciso combater a "fábrica de sindicatos", mas não é com o desmembramento da estrutura sindical que se deve combater essa pratica, pois acabando com a contribuição sindical, vai ocasionar no enfraquecimento da estrutura e no poder de negociação das entidades, na hora das negociações coletivas, quem sairá perdendo com isso é a classe trabalhadora.
"Falta um regra a ser implantada na 186, que regulamenta a criação de entidades sindicas, que a direção seja composta por pessoas do setor e se a categoria acha que o sindicato não é representativo e não está capacitado para exercer atividades em prol dos representados, então coloca-se em debate e em plebiscito. Isso é democracia", conclui.
Por Fábio Ramalho - Redação UGT"
UGT - União Geral dos Trabalhadores