05/03/2012
05/03/2012
Mulheres representando a União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical, Nova Central, CGTB eCTB se reuniram na Câmara Municipal, em São Paulo, na sexta-feira (2) no Seminário Reforma Política, dando início aos eventos do mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (08/03) e os 80 anos da conquista do voto feminino.
O debate, que reuniu a deputada federal Janete Pietá (PT), o vereador Cláudio Prado (PDT), Mona Zen (representando a deputada Luiza Erundina) e a deputada estadual Ana Martins, levantou a necessidade de engajamento das trabalhadoras na luta sindical e partidária, para o alcance da autonomia da mulher na política e, consequentemente, a necessidade de conquistar o tão almejado PL da Igualdade.
Para nós é uma grande honra participar com as companheiras das centrais. Ou a gente discute a autonomia política e econômica ou não vamos ter espaço para decidir esse debate. Enquanto somos 52% da população, precisamos colocar isto na pauta, para conquistar o espaço na política. Não vamos apenas comemorar, mas refletir muito que papel vamos ocupar. Somos cidadãs de primeira categoria", defendeu Cássia Buffeli, do Coletivo de Gêneros da UGT.
Maria Auxiliadora reforçou a ressalva de Buffeli ao traçar um parâmetro da luta da mulher. "Onde vamos: o que queremos? Como a companheira Cássia lembrou, somos 52% e mãe do restante.Por que somos discriminadas? A mulher tem um salário 30% menor, temos que discutir o fim da violência, o direito à creche e os 180 dias de licença-maternidade", enfatizou.
A deputada Janete Pietá falou da articulação que tem sido feita para pressionar na Câmara a aprovação do PL da Igualdade e o enfrentamento contra o setor empresarial, contrário às propostas do projeto.
"A criação dos filhos é de responsabilidade de homens e mulheres, assim como as creches são de responsabilidade das empresas e fábricas de trabalhadores. Os empresários são contra o PL, porque traz a inclusão da Cipi (Comissão Interna Pró-Igualdade) , assim como a CIPA(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), mas o governo não tem nada contra",lembrou a deputada, que está trabalhando para ser relatora do PL no Plenário.
Por isso a importância de as mulheres se mobilizarem para poder pressionar essas e outras mudanças. Pietá adiantou que está na pauta do governo a PEC 30 de 2007 da senadora Ângela Portela. "É importante ser aprovada a licença-maternidade 180 dias (que hoje é opcional), porém, nessa PEC, ela se torna obrigatória. O que estende às mulheres que adotarem e às trabalhadoras rurais".
Mona Zen falou da importância de o dia 08 demarço não ser apenas uma reflexão, mas que sirva para ação. "Por ser uma conquista a duras penas pelas mulheres nas indústrias, pela redução da jornada,melhores condições e igualdade, ainda as mulheres são exploradas sexualmente e tratadas como animais. As taxas de mortalidade ainda são altas. No Brasil morrem 58 mulheres por 100 mil nascidos vivos. Toda a mulher tem que ter direito do pré natal ser vinculado à maternidade. Queremos igualdade, mas precisa investimento", acrescentou.
Para Joilson Cardoso, representante da CTB,esse seminário abre uma caminhada, uma campanha de luta das centrais no ano de 2012 para tirar da gaveta papéis importantes para a sociedade. "Com o voto em 1932, galgamos espaço, mas queremos mais! Participar em condições de igualdade.Nosso movimento é amplo e emancipacionista, por isso importante também é importante a presença dos homens".
Paulo Sabóia, secretário de comunicação da CGTB, destacou os avanços significativos conquistados pelo Brasil, porém acha que é necessário enfrentar os problemas e resolver as questões, brigando pelas reformas políticas necessárias.
"Quero agradecer e parabenizar as centrais por este fórum que promove debate tão importante. Em encontros como estes vamos preparando e politizando as mulheres para promover seu papel. Através das mulheres vamos poder avançar a luta política entre trabalhadores e trabalhadoras. Somos hoje as protagonistas daquelas tecelãs que iniciaram luta pela igualdade entre homens e mulheres", disse a deputada Ana Martins.
É uma série de reformas que o Brasil precisa realizar. Desde o fim da tripla jornada feminina (casa, trabalho e movimento sindical), fim da violência, tráfico de mulheres, melhores salários, equidadede condições, melhor fiscalização política entre outros. "Precisamos fazer as reformas e a mais importante é a política, mas precisamos da urbana, da rural,na educação, saúde, das comunicações, tributária para conquista justiça social.Há muito o que precisamos aprender e conquistar. É preciso participar. Não ha mudança sem democracia", ressalta Ana Martins.
E para dar continuidade, no dia 8 de março haverá a Passeata pela Igualdade, a partir das 14h, saindo da Sé, o marco zero da cidade de São Paulo. E para o final do mês será agendada uma manifestação pública em Brasília, quando o movimento social fará uma pressão grande em torno do PL da Igualdade.
Mariana Veltri, da redação da UGT"
UGT - União Geral dos Trabalhadores