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Presidente da UGT/RS denuncia existência da Quarteirização


14/10/2011

14/10/2011

PASSO FUNDO/RS - A sexta etapa das conferências regionais preparatórias para a Iª Conferência Estadual de Emprego e Trabalho Decente (Iª CEETD), realizada dia 07/10, nas dependências do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), em Passo Fundo, reservou para Paulo Barck, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT/RS) e do Sindicato dos Empregados em Transporte Rodoviário de Carga Seca do Estado do Rio Grande do Sul (Sinecarga), o tempo dedicado ao pronunciamento das centrais sindicais no evento. A Iª CEETD acontece nos dias 31 de outubro e 01 de novembro em Porto Alegre.
As primeiras palavras do depoimento de Paulo Barck, presidente da UGT/RS, destacaram que o conceito de Trabalho Decente foi introduzido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1999, e avistava o objetivo de garantia de oportunidades de emprego produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade para todas as pessoas. Contudo, o sindicalista ressalvou a atitude positiva do governo brasileiro relativamente ao debate, como atestam a realizações de conferências estaduais e a nacional, marcada para maior de 2012.
Barck lamentou a existência de lojas que ainda não colocaram bancos para que os funcionários sentem - a chamada Lei do Banquinho" - assim como as questões ligadas à ergonomia, como os casos de trabalhadores que ficam sentados por muito tempo na mesma posição. Ao falar da longa jornada de trabalho, o rodoviário lembrou do esforço da categoria para aprovar o estatuto do motorista, na qual "há pouca participação dos empresários" reclamou.
Filho de caminhoneiro, Barck relatou que em sua infância o pai não acompanhava o seu desempenho na escola e nem o boletim, pois "era difícil para ele devido à longa jornada de trabalho que suportava" denunciou. "No final do ano, minha mãe dizia que eu havia sido aprovado e ele aprovava aliviado", comentou o líder sindical, demonstrando o quanto é danoso para a família o excesso de carga horária do trabalhador.
Acusando o processo de terceirização de "Quarteirização", Paulo Barck disse que há setores em que o serviço é passado e repassado para terceiros. Ele frisou ser essa uma das bandeiras centrais da UGT e do conjunto das centrais sindicais, que condenam a precarização das relações de trabalho, dizendo ser necessário regulamentar a terceirização, que já chegou ao setor público sob a alegação de reduzir custos. O presidente do Sinecarga também expressou sua preocupação quanto à questão da informalidade, indagando: "será que um dia todos nós seremos informais?", fazendo um questionamento à tese que afirma uma nova era em que não haverá empregos formais conforme conhecemos.
O dirigente da UGT/RS acusou a existência do racismo e seus reflexos no mundo do trabalho. "Pessoas iguais devem ser tratadas igualmente, independente da cor da pele", defendeu, lastimando o fato de o negro encontrar poucas chances para alcançar postos de chefia e salários condizentes. Barck apontou um decréscimo de 30% no salário pago a negros e mulheres no desempenho de igual função a de brancos.
Indignado, Paulo Barck apontou o caso de uma rede mundial de lanches que foi denunciada no Congresso Nacional pela prática de uma "jornada variável", que mantém o jovem à disposição da empresa para atuar nos horários de grande movimento, sendo remunerados apenas pelas horas em que horas atenderam sem receber as horas em que ficaram sentados.
A Iª CEETD terá como temas norteadores as discussões sobre princípios e direitos (geração de mais e melhores empregos, com igualdade de oportunidade e tratamento)
proteção social (erradicação do trabalho escravo e do trabalho infantil, em especial suas piores formas)
trabalho e emprego (gerar mais e melhores empregos) e o fortalecimento dos atores tripartites e do diálogo social como instrumento de governabilidade democrática.
Fonte: UGT-RS"


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