19/09/2011
19/09/2011
Dando continuidade ao ciclo de palestras com personalidades da política nacional, que ocorre na sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu participou, nesta segunda-feira (19), em São Paulo, do debate Aspectos da Conjuntura Brasileira". O evento reuniu, no auditório da UGT, cerca de 120 pessoas entre sindicalistas, militantes sindicais e políticos.
Dirceu iniciou sua palestra parabenizando a iniciativa da UGT em realizar debates como esse ciclo em que, independente de ideologia política ou partidária, os palestrantes contribuem para fortalecer a ação da central sindical na construção de políticas públicas voltadas para o crescimento do Brasil. "Acredito no pluralismo sindical e a UGT está no caminho certo", explica o ex-ministro.
Panorama internacional
Em relação à situação política internacional, José Dirceu foi incisivo ao afirmar que o fantasma de uma nova crise somada ao desemprego na Europa é uma situação gravíssima e que, dependendo das proporções, atingirá o Brasil. José Dirceu declarou também que está em andamento uma guerra cambial de proporções gigantescas, mas essa situação pode ser favorável para o crescimento do país. "O Brasil precisa enfrentar seus desafios e aproveitar a crise para alavancar o crescimento do país que já avançou muito nos últimos anos", observou.
Atraso tecnológico
O ex-ministro destacou que durante 20 anos, de 1985 a 2005, o Brasil perdeu capacidade tecnológica por falta de investimentos, segundo o caminho contrário de países como China e Coréia. Com a ampliação dos esforços tecnológicos no país, é preciso também fortalecer as políticas de capacitação profissional ampliando cursos técnicos no país. "Com os oito anos do governo Lula houve um importante avanço na área de educação técnica, mas é preciso ampliar mais".
O país dos juros altos
José Dirceu lembrou que o Brasil é o país que detém os juros mais altos do mundo e que, apesar da inflação estar controlada, é inadmissível que instituições bancárias e de crédito pratiquem taxas tão absurdas. "É preciso rever a política financeira e resolver os problemas macroeconômicos para o país continuar no caminho do crescimento".
Reforma política
Dirceu defendeu que o Brasil faça, com urgência, uma ampla reforma política. Essa reforma se dá por meio do financiamento público de campanha e do sistema distrital misto de votação - em que metade das vagas é por lista e o restante é definido por votação nominal ao candidato dentro de seu distrito de origem.
Atualmente o Brasil exerce o financiamento privado de campanhas e o sistema de votação é apenas proporcional, ou seja, os candidatos recebem verbas de empresas particulares para arcar com os custos de suas campanhas e a população vota num candidato e não numa proposta de governo.
Em discussão existem, além do sistema distrital misto de votação, o voto em lista fechada - na qual os candidatos são escolhidos em uma lista pré-ordenada pelo partido - e o chamado Distritão - em que a eleição é proporcional e as vagas são distribuídas de acordo com o quociente eleitoral (divisão do número de votos do partido ou coligação pelo número de vagas na câmara federal).
Por Fábio Ramalho - Redação UGT
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